Avião que perdeu porta na decolagem engorda lista de problemas da Boeing; veja histórico
Nos últimos anos, gigante da aviação enfrentou incidentes que resultaram em tragédias, suspensão de operações e preocupações contínuas com a segurança
A Boeing enfrenta escrutínio sobre a segurança de suas aeronaves depois que um voo da Alaska Airlines foi forçado a fazer um pouso de emergência na sexta-feira (5), quando um painel e uma janela estouraram em pleno voo.
Embora não esteja claro quem ou o que foi responsável pelo incidente, problemas de engenharia e qualidade têm atormentado a Boeing nos últimos anos.
A fabricante de aeronaves viu uma série de incidentes que resultaram em tragédias, suspensão de operações e preocupações contínuas com a segurança.
Talvez o incidente mais notável seja o de que, em 2019, todos os aviões 737 Max ficaram parados em dezenas de países após a queda de dois dos seus jacos — um na Etiópia e outro perto da Indonésia — que matou todas as 346 pessoas a bordo.
Foi determinado que uma falha de projeto no avião foi uma das principais causas dos acidentes.
A suspensão do uso das aeronaves nos EUA durou 20 meses, com os aviões começando a voltar ao serviço em dezembro de 2020. Outros países, incluindo a China, mantiveram os aviões no solo por ainda mais tempo.
A suspensão do Max foi uma das tragédias corporativas mais caras da história, custando à empresa mais de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões).
E os custos são contínuos. A Boeing enfrentou enormes perdas operacionais nos últimos trimestres enquanto tenta entregar a enorme lista de pedidos de aviões 737 Max aos clientes e acumula custos excessivos em outros aviões, incluindo as aeronaves que substituirão os atuais jatos Air Force One — os aviões da presidência dos Estados Unidos.
A Boeing encontrou uma série de outros problemas nos últimos anos e ainda em dezembro, quando a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) instou as companhias aéreas a inspecionar todos os aviões 737 Max em suas frotas após a descoberta de parafusos faltantes nos sistemas de controle de leme de dois aviões.
Em abril, a Boeing disse ter descoberto um problema de fabricação com algumas aeronaves 737 Max depois que um fornecedor utilizou um “processo de fabricação não padronizado” durante a instalação de dois acessórios na fuselagem traseira — embora a empresa insistisse que o problema não constituía um risco à segurança.
O Max também enfrentou vários avisos para inspeções adicionais desde que voltou ao serviço em 2020. A Boeing diz que isso é resultado de seu maior foco na segurança.
E os problemas não se limitaram ao Max: a Boeing não registrou perdas operacionais em apenas um trimestre desde 2019
A companhia foi forçada a interromper as entregas do seu jato 787 Dreamliner devido a problemas de controle de qualidade. Embora as operações do Dreamliner não tenham sido suspensas como o Max, ainda prejudicou os resultados financeiros da empresa.
Além disso, a Boeing acumulou custos excessivos em outros aviões, incluindo perdas de mais de 2 bilhões de dólares nas duas aeronaves que estão em processo de produção para substituir os atuais jatos Air Force One.
Essa matéria foi originalmente publicada na CNN International.