Banco Central divulga relatório de sustentabilidade e agenda verde
Presidente do BC disse que o objetivo da agenda é criar condições para o desenvolvimento de finanças sustentáveis
O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (15) as primeiras medidas de sua agenda de sustentabilidade, incluindo mudanças sobre impedimentos legais e infralegais para contratação de crédito rural em função de questões sociais, ambientais e climáticas, o que era considerado sensível para o setor agropecuário.
Sem dar detalhes num primeiro momento, o BC informou que já existem esses impedimentos e que eles precisam ser verificados pelas instituições financeiras, mas frisou que o BC estabelecerá, em relação a eles, “uma segunda linha de defesa”.
Em apresentação inicial sobre a agenda, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, defendeu que, com o lançamento da agenda, o BC visa liderar pelo exemplo dentro do sistema financeiro nacional, em consonância com melhores práticas internacionais.
Ele disse ainda que o objetivo da agenda é criar condições para o desenvolvimento de finanças sustentáveis, maior disponibilidade de recursos para empreendimentos sustentáveis e melhor gerenciamento dos riscos climáticos.
E a Selic?
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na semana que vem, nos dias 21 e 22 de setembro, e a expectativa era de que o Banco Central (BC) decidisse por subir a taxa Selic por ao menos um ponto percentual para conter a escalada da inflação.
Expectativa essa que pode ter sido frustrada por Campos Neto, que, na tarde desta terça-feira (14), participou de um evento do banco BTG Pactual e afirmou que “dizer que vamos fazer o que precisa ser feito para atingir a meta significa que vamos levar a Selic aonde precisar levar”. “Mas não significa que vamos reagir sempre a dados de alta frequência”, completou Campos Neto.
Durante o evento sobre a agenda verde, Campos Neto não citou sua fala no evento privado.
*Com Tamires Vitorio