Banco da Inglaterra é forçado a comprar títulos indexados à inflação

Ação marcou a quinta tentativa da instituição de conter a turbulência do mercado em pouco mais de duas semanas

Por Andy Bruce, da Reuters
Fachada do BC britânico, em Londres  • REUTERS/Toby Melville
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O Banco da Inglaterra novamente tentou conter uma forte liquidação nos mercados de títulos do governo britânico de 2,1 trilhões de libras (US$ 2,3 trilhões) nesta terça-feira (11), expandindo sua compra de emergência para dívidas indexadas à inflação.

Citando um "risco material" para a estabilidade financeira depois que empresas de fundos de pensão foram atingidas pela turbulência no mercado, o banco central britânico dividiu seu programa para comprar até 10 bilhões de libras em gilts por dia para incluir até 5 bilhões de libras em títulos indexados.

A ação marcou a quinta tentativa da instituição de conter a turbulência do mercado em pouco mais de duas semanas, incluindo intervenções verbais, e registrou outro constrangimento para a primeira-ministra, Liz Truss, cuja agenda econômica anunciada no mês passado levou os investidores a deixar o mercado.

Os gilts vinculados à inflação, normalmente mantidos por fundos de pensão e conhecidas no mercado como "linkers", sofreram outra liquidação significativa na segunda-feira, com a aproximação do fim do programa do Banco da Inglaterra.

"A disfunção neste mercado e a perspectiva de uma dinâmica de "venda incendiária" ... representam um risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido", disse o banco em comunicado.

Um grupo da indústria de fundos de pensão pediu ao banco central britânico para prorrogar seu apoio à compra de títulos além do prazo de 14 de outubro e possivelmente até o final deste mês.

Alguns gilts indexadas à inflação de longa data perderam mais de 75% de seu valor este ano.

Embora os rendimentos da maioria dos "linkers" caíam modestamente nesta terça-feira, a queda representou apenas um pequeno impacto na forte liquidação de segunda-feira.

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