Base governista tenta driblar ameaça de obstrução na Câmara e aprovar texto para aumentar arrecadação

Bancadas importantes e grandes no Congresso têm ameaçado obstruir os trabalhos no plenário da Câmara em reação a uma suposta ingerência do STF em temas que esses parlamentares creem ser de análise exclusiva do Legislativo

Luciana Amaral, da CNN, Brasília
Líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), avalia que a obstrução à votação de pautas importantes no plenário é um “direito” da oposição  • 19/03/2021REUTERS/Ueslei Marcelino
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A base governista tenta driblar a ameaça de obstrução na Câmara dos Deputados e aprovar ao menos um projeto de lei que ajude a aumentar a arrecadação da União no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana.

No caso, o projeto que trata da taxação de fundos offshores e exclusivos está na mira do governo federal dentro do Parlamento. Esse texto é uma das prioridades da base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bancadas importantes e grandes no Congresso têm ameaçado obstruir os trabalhos no plenário da Câmara em reação a uma suposta ingerência do Supremo Tribunal Federal (STF) em temas que esses parlamentares creem ser de análise exclusiva do Legislativo.

Por exemplo, a tese do marco temporal, ampliação do aborto e a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal.

Eventual reunião de líderes nesta terça (3) deve indicar qual caminho será tomado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários da Casa.

Os governistas ainda têm certa pressa porque Arthur Lira e alguns líderes viajam no próximo dia 10 para a Índia, onde participam de evento que reúne representantes do Legislativo do G-20.

De lá, seguem para a China em visita oficial ao Parlamento chinês e a autoridades locais.

A previsão é que fiquem cerca de 10 dias fora do Brasil. Nesse meio tempo, a tendência é que não haja a votação de matérias importantes e polêmicas no plenário da Câmara.

O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), avalia que a obstrução à votação de pautas importantes no plenário é um “direito” da oposição, mas que os parlamentares oposicionistas são minoria.

Randolfe minimizou qualquer problema com a bancada evangélica e disse que a bancada ruralista já teve o “tema central” votado pelo Senado. No caso, o marco temporal para a demarcação de terras indígenas na semana passada.

No Senado, para esta semana, a prioridade dos governistas é avançar com o projeto de lei que prevê transferências a fundos de estados e municípios para recuperar perdas de 2023 em relação a 2022 e que também prevê compensação de R$ 27 bilhões da União pelo corte do ICMS sobre combustíveis do ano passado.

Outro pano de fundo é o centrão e a espera de uma troca na presidência e nas diretorias da Caixa Econômica Federal, que depende da vontade do presidente Lula.

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