CNN Brasil Money

BC do Japão diz que acordo com EUA eleva chance de inflação atingir meta

Comentário de Uchida foi feito horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado um acordo comercial com Tóquio que reduz as tarifas sobre as importações de automóveis

Reuters
Bandeira do Japão no topo do banco central do Japão
Bandeira do Japão no topo do banco central do Japão  • Kim Kyung-Hoon/Reuters
Compartilhar matéria

O acordo comercial do Japão com os Estados Unidos reduziu as incertezas que cercam a economia japonesa, disse o vice-presidente do banco central do país Shinichi Uchida, sinalizando otimismo de que as condições para a retomada dos aumentos da taxa de juros podem começar a se estabelecer.

O comentário de Uchida foi feito horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado um acordo comercial com Tóquio que reduz as tarifas sobre as importações de automóveis, um dos principais produtos do Japão, e poupa Tóquio de novas taxas punitivas sobre outros produtos.

"É um progresso muito grande que reduz a incerteza para a economia do Japão", disse Uchida nesta quarta-feira (23), acrescentando que o Banco do Japão incorporará o acordo em suas projeções trimestrais de crescimento e preços na próxima reunião em 30 e 31 de julho.

"Dada a diminuição da incerteza, por definição, pode-se dizer que a probabilidade de o Japão atingir uma inflação de 2% de forma duradoura aumentou", disse Uchida em uma coletiva de imprensa.

As autoridades do Banco do Japão têm dito repetidamente que precisam estar mais convencidos de que a inflação atingirá de forma sustentável sua meta de 2% antes de aumentar ainda mais a taxa de juros.

Embora ainda haja alguma incerteza sobre como as tarifas podem afetar as economias, o Banco do Japão está analisando os riscos de alta e de baixa para a atividade econômica e os preços, disse Uchida.

"O Banco do Japão precisa ajustar a política monetária para melhor equilibrar os riscos de alta e de baixa a partir da perspectiva de manter a estabilidade econômica e de preços", disse Uchida em um discurso anterior para líderes empresariais na cidade de Kochi, no sudoeste do país.

Ele reiterou a decisão de continuar elevando os juros se a economia e os preços estiverem de acordo com suas previsões.

Fontes disseram à Reuters que o próximo relatório trimestral do Banco do Japão alertará sobre a incerteza quanto ao impacto das tarifas dos EUA, mas pode oferecer uma visão menos pessimista sobre o impacto de curto prazo na economia do que há três meses.

Uchida disse que o acordo comercial reduzirá enormemente a incerteza para as empresas e, junto da intensificação da escassez de mão de obra, as estimulará a seguir aumentando os salários.

O Banco do Japão espera que a inflação subjacente, ou aumentos de preços impulsionados pela força da demanda interna, atinja sua meta de 2% por volta da segunda metade do ano fiscal de 2026 a 2027, acrescentou.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais