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Brasil quer negociar sem contaminação política, diz MDIC após fala de Trump

Presidente dos EUA sinalizou que não vai adiar prazo de implementação da tarifa de 50%

Da CNN Brasil
Área de porto em Santos
Área de porto em Santos  • Divulgação/Porto de Santos
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O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) reiterou neste domingo (27) que o governo brasileiro está disposto a negociar, mas "sem qualquer contaminação política ou ideológica".

A nota foi divulgada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que não irá adiar o seu prazo de imposição da tarifa de 50% sobre seus parceiros comerciais, incluindo o Brasil, em 1° de agosto.

A declaração do presidente norte-americano ocorreu durante uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no domingo (27).

"Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica", diz a nota do MDIC.

O governo brasileiro também reforça que continua aberto ao debate das questões comerciais, mas que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis.

"O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços", diz o governo brasileiro.

Segundo dados do governo norte-americano, o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens. Quando somados bens e serviços, o superávit chegou a US$ 28,6 bilhões no ano passado.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está nos EUA desde o último domingo (27) para participar de discussões em uma conferência internacional de alto nível da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a criação do Estado palestino.

Segundo apuração da CNN, o ministro, a priori, fica em Nova York até terça-feira (29), mas estaria disposto a esticar a viagem até Washington em caso de sinalizações positivas de autoridades norte-americanas. O governo Trump foi informado sobre a ida de Mauro Vieira aos EUA e sobre a disposição do chanceler em discutir o tarifaço.

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