Chanceler alemão diz que reativação de usinas termelétricas é “temporária”
Olaf Scholz atribuiu a escolha ao ataque da Rússia na Ucrânia, que resultou em uma queda no fornecimento russo
O primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou no Twitter neste domingo (17) que a reativação de usinas termelétricas de geração de energia via carvão e gás natural é “temporária” e “amarga”.
Na publicação, Scholz atribuiu a escolha ao ataque da Rússia na Ucrânia, que resultou em uma série de sanções de países ocidentais contra Moscou, uma disrupção na comercialização de gás natural russo e um corte das exportações desse gás para grandes consumidores, caso da Alemanha.
O gás natural é a segunda principal fonte energética da Alemanha, e o exportado pela Rússia corresponde a 40% do total consumido na maior economia da Europa.
Em junho, a Alemanha declarou oficialmente que enfrenta uma escassez de gás natural, demandando um plano de crise para tentar garantir o abastecimento antes da chegada do inverno, que começa em dezembro na Europa.
Com a falta de gás natural, o país recorreu a outras fontes, em especial o carvão, reativando usinas termelétricas que não estavam em uso em meio a um processo de transição energética para fontes renováveis e menos poluentes.
Entretanto, segundo Scholz, o país segue determinado a reduzir o uso de fontes poluentes no médio e longo prazo. “Queremos ser um dos primeiros países industrializados a se tornar #CO2neutro. Especialmente agora!”, afirmou, se referindo à chamada neutralidade de emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas.
Até o fim de junho, as reservas de gás estavam preenchidas em 58%, mas o ideal seria chegar a 90% para a estação fria, na qual a demanda por gás para aquecimento é muito grande. Caso isso não ocorra, o país pode ser obrigado a implementar racionamentos.
Os Estados Unidos têm buscado ajudar a União Europeia e compensar a redução no fornecimento russo por meio do gás natural liquefeito. Porém, um incêndio em uma indústria produtora no Texas obrigou a paralisação na produção em 90 dias, afetando a quantidade entregue.