China proíbe uso de iPhones para funcionários do governo, diz jornal
Fonte disse à CNN que as autoridades do país já seguiam uma "regra não escrita" de evitar iPhones desde antes da pandemia
A China proibiu o uso de iPhones para funcionários do governo central, informou o Wall Street Journal (WSJ), citando fontes não identificadas familiarizadas com o assunto.
As ações da Apple caíram 3,6% na quarta-feira (6) após a notícia, fechando a US$ 182,91 em Nova York. Foi a maior queda diária em um mês. Antes de quarta-feira, a Apple havia subido 46% este ano.
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O WSJ relata que os gestores têm notificado os funcionários sobre a proibição por meio de grupos de bate-papo ou reuniões.
A CNN entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores da China e com a Apple, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Uma fonte que lida regularmente com agências do governo central chinês disse à CNN que as autoridades do país já seguiam uma regra não escrita de evitar iPhones desde antes da pandemia, apesar de, aparentemente, não haver uma política formal para isso.
A fonte, que pediu para não ser identificada devido à sensibilidade do assunto, acrescentou que os funcionários do governo central tendem agora a usar smartphones fabricados por grandes empresas nacionais, especialmente a Huawei.
Em junho de 2022, a CNN informou que alguns ministérios do governo chinês proibiram Teslas de entrar em suas instalações por temores de segurança.
O CEO da Apple, Tim Cook, fez uma visita ao país em março. A China é um importante mercado e centro de produção para a empresa, representando cerca de 19% da sua receita total.
A proibição do iPhone para funcionários do governo pode ser uma retaliação a medidas semelhantes tomadas pelos Estados Unidos contra a tecnologia chinesa e pode ter um efeito inibidor sobre a Apple e outras grandes marcas estrangeiras com presença estabelecida na China.
A Huawei e a ZTE da China estão sujeitas às restrições dos EUA há muito tempo. Além disso, em novembro de 2022, a administração Biden proibiu a aprovação de novos equipamentos de telecomunicações de ambas as empresas, porque representariam “um risco inaceitável” para a segurança nacional dos Estados Unidos.
O TikTok também foi banido de dispositivos emitidos por várias instituições dos EUA, incluindo a Câmara dos Representantes, a cidade de Nova York, Montana, Nova Jersey, Ohio, Texas e Geórgia, devido a preocupações de que o governo chinês pudesse ter acesso aos dados dos usuários através de sua controladora chinesa, Bytedance.
*a redação da CNN em Pequim contribuiu para esta reportagem