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    Deflação é sentida em todas as faixas de renda em agosto, aponta Ipea

    Maior efeito é registrado pelos mais ricos, impactados pela redução na gasolina; já mais pobres sentem menos alívio nos preços

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    Todas as faixas de renda registraram deflação em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (13) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    Enquanto para as famílias de baixa renda, o indicador foi de -0,12%, os brasileiros com renda alta sentiram uma variação de -0,51%.

    Para as famílias de renda alta e média-alta, o impacto vem principalmente do grupo de transportes, com quedas de 11,6% na gasolina, 8,7% no etanol e 12,1% nas passagens aéreas.

    O peso desses itens é maior na cesta de consumo dessas faixas.

    Do outro lado, dos aumentos, os mais ricos foram afetados pelo crescimento nas despesas pessoais, especialmente de 0,59% nos serviços pessoais e 1,2% no fumo.

    Já a redução de 1,3% na tarifa de energia elétrica trouxe alívio especialmente para as famílias de renda muito baixa e baixa.

    Segundo o Ipea, a deflação não foi maior para os mais pobres devido ao aumento de 2,7% nos itens de higiene pessoal.

    O levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que o recuo na inflação no país também teve relevante impacto na categoria de comunicação, com diminuição de 6,7% nos planos de telefonia fixa e 2,7% de telefonia móvel.

    Além disso, a desaceleração dos alimentos e bebidas contribuiu, com destaque para as quedas dos cereais (-1,6%), tubérculos (-5,9%), carnes (-0,53%) e óleos (-3,4%).

     

    Inflação de agosto

    • Renda muito baixa: -0,12%
    • Renda baixa: -0,24%
    • Renda média-baixa: -0,40%
    • Renda média: -0,44%
    • Renda média-alta: -0,47%
    • Renda alta: -0,51%

    Com o resultado de agosto, no acumulado de 12 meses, todas as classes de renda registraram uma melhora na inflação, no comparativo com julho.

    O menor índice é registrado nas famílias de renda média-alta, com 8,2%, e a maior na renda muito baixa, de 9,2%.

    Para os brasileiros mais pobres, a inflação de um ano é afetada especialmente pela alimentação e bebidas, em especial pelas altas de farinhas e massas (19,9%), tubérculos (18,9%), hortaliças (15,7%), frutas (32%), leites e derivados (39,2%), aves e ovos (16,2%), panificados (18,3%) e óleos e gorduras (19,3%).

    No caso dos mais ricos, o impacto vem dos transportes, com aumento, no acumulado de 12 meses, de 43,9% nos transportes por aplicativos, 74,9% nas passagens aéreas, 43,6% no seguro de veículos e 15,1% nos automóveis novos.

    Inflação no acumulado de 12 meses

    • Renda muito baixa: 9,2%
    • Renda baixa: 8,9%
    • Renda média-baixa: 8,6%
    • Renda média: 8,6%
    • Renda média-alta: 8,2%
    • Renda alta: 9,1%

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