Desemprego estável mostra "compasso de espera" pelo ano eleitoral, diz economista

À CNN Rádio, Alexandre Pires disse que o setor de comércio sem puxar o nível do emprego é um dado preocupante

Amanda Garcia e Bel Campos, da CNN, em São Paulo
Carteira de trabalho
Taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no primeiro trimestre do ano, segundo dados da Pnad  • Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
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Em entrevista à CNN Rádio, o professor de economia do Ibmec-SP, Alexandre Pires, avaliou que o resultado do setor de comércio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “é preocupante”.

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no primeiro trimestre do ano, informou a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

“O comércio não puxou muito o aumento do estoque de empregos, ele costuma ser o maior sinalizador de crescimento de demanda. Estável, mostra que a economia está em ‘compasso de espera’ em razão do ano eleitoral”, analisou.

Por outro lado, destacou outros setores que vieram fortes, como a construção civil. Com um salto que foi quase o dobro em relação ao da indústria, dado se mostra "positivo" por se tratar de investimentos de longo prazo "que pagam melhor".

Até o final do próximo trimestre, segundo Pires, “não esperamos crescimento, mas sim estabilidade, a  depender dos sinais eleitorais, quando os setores avaliarem quem deve ganhar".

As previsões devem mudar o arcabouço jurídico. Em julho e agosto, é provável que tanto o Caged, quanto a Pnad, mostrem crescimento.

O professor acredita que essa recuperação forte do emprego, de 4% em um ano, até chegar em 11,1%, é “um grande resultado” e que mostra que “o sistema tem sido eficiente”.

“O desalento também melhorou muito. As pessoas passaram a procurar trabalho”, completou.

De qualquer forma, Alexandre Pires reforçou que a sua aposta é de que o desemprego chegue em torno de 10% ao final deste ano.

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