Enquanto o mundo está em crise, o Brasil vai reacelerar, diz Guedes
Para o ministro da Economia, o Brasil tem uma dinâmica própria e pode ser o país que transformará crise em crescimento

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que a economia brasileira tem uma dinâmica própria e, por isso, pode ser o país que vai transformar a crise em "reaceleração". Segundo ele, a melhor resposta para a crise econômica mundial, agravada pelo surto do coronavírus, é a continuidade da agenda reformista do país.
"Em um momento em que o mundo está com sérios problemas, o Brasil pode ser o país que transformou a crise em reaceleração do crescimento e geração de empregos", afirmou.
Para o ministro, a agenda de reformas precisa seguir com o andamento das reformas administrativa a tributária, além da aprovação do pacto federativo. “O Brasil tem dinâmica própria de crescimento e não segue o vento internacional: quando o mundo estava voando o Brasil estava afundando. Se fizermos as coisas certas, o Brasil reacelera", disse o ministro.
Guedes também comentou que o coronavírus foi a "gota d'água' para a recessão da economia mundial. "A Índia e a China já revisaram o crescimento do PIB para baixo. O mundo estava em desaceleração e a vinda do Coronavírus acelerou a queda. Foi apenas a gota d'água para um cenário que já estava desacelerando", avaliou Guedes.
Dólar e cenário instável
Para justificar a disparada da moeda norte-americana na manhã desta segunda-feira, que atingiu a máxima histórica de R$ 4,79, o ministro da Economia relembrou o cenário de incerteza sobre o prosseguimento das reformas estruturais. De acordo com ele, a instabilidade será amenizada se todas as propostas do pacote forem aprovadas."Se a nossa resposta for de que vamos aprofundar as reformas, a coisa se acalma", garantiu.
Ainda de acordo com o ministro, a prioridade econômica do país é o equilíbrio do regime fiscal, que transformará o patamar do juros e do câmbio - que está flutuante. “O Brasil conta com juros mais baixos e o câmbio de equilíbrio mais alto. Mas, o câmbio é flutuante: tem coronavírus, crise, pausa na reforma. Tudo isso faz com que o câmbio suba. Se reforma está andar, ele desce”, declarou.
Agenda de reformas
Durante sua declaração, o ministro citou as reformas administrativa e tributária - propostas do governo que ainda não foram enviadas ao Congresso Nacional - e as PECs do pacto federativo e da emergência - que foram encaminhadas ao Legislativo no fim do ano passado.
Guedes também afirmou que o texto da reforma administrativa será enviado ainda nesta semana ao Congresso. Para ele, o prazo para aprovação das reformas deve ser este ano, principalmente para acalmar o mercado e deixar o câmbio menos flutuante. Além disso, reforçou que o pacto federativo é a principal reforma para fortalecer a gestão fiscal dos entes federativos e da União.
"O presidente foi claro, disse que ano passado não era o momento. Agora é uma questão de oportunidade", explicou.
Em relação à autonomia do Banco Central, Guedes afirmou que o tema deve ser aprovado nesta semana. MP do Saneamento, que também já está no legislativo, ele disse que a aprovação será em breve.