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    Entenda os laços comerciais entre Brasil e Arábia Saudita em 3 gráficos

    Principais produtos importados pela Arábia Saudita são alimentos; exportados são derivados de petróleo

    João Nakamurada CNN* , São Paulo

    De janeiro a novembro de 2023, as exportações do Brasil para a Arábia Saudita chegaram a US$ 2,937 bilhões (R$ 14,3 bilhões). Mesmo sem os dados de dezembro, que ainda não foram compilados, isso já coloca os negócios com o país do Oriente Médio no maior patamar em 10 anos.

    O valor coloca a Arábia Saudita como o 26º maior comprador do Brasil, que possui uma balança de exportações de US$ 310.782.639.704 (mais de R4 1,5 trilhão).

    Mas a tendência é de que a cifra continue aumentando ao longo dos anos. Com projetos em potencial nas áreas de energia limpa, hidrogênio verde e infraestrutura ligadas ao PAC, estima-se que a balança comercial entre os dois países possa chegar a US$ 20 bilhões (R$ 97,36 bilhões) até 2030.

    Em novembro, durante reunião em Riad entre o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, a estimativa foi debatida tendo em vista o investimento de US$ 10 bilhões (R$ 48,68 bilhões) que o Fundo Soberano Saudita planeja aplicar no Brasil, sendo US$ 9 bilhões (R$ 43,81 bilhões) previstos para os próximos sete anos.

    Apesar de uma queda nas importações do Brasil ter puxado a balança para baixo em 2023 (até novembro), as exportações brasileiras para a Arábia Saudita mantêm a tendência de alta desde 2020.

    O que está por trás dos negócios?

    A Arábia Saudita é a maior exportadora de petróleo do mundo, sendo a commodity responsável por cerca de 90% de suas exportações e 40% de seu Produto Interno Bruto (PIB) total. 55% dos US$ 3,3 bilhões (R$ 16,08 bilhões) importados pelo Brasil do país árabe são do grupo Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus.

    Mas o que chama atenção da Arábia Saudita no Brasil é o agronegócio. “O setor privado [da Arábia Saudita] gostaria de aprender mais com o Brasil”, afirmou Abdulrahman Bakir, que é diretor-gerente do Ministério de Investimentos da Arábia Saudita nas Américas.

    A empresa de investimentos em agropecuária da Arábia Saudita, a Salic, tem investido no Brasil, por exemplo.

    Em julho de 2023, o grupo aportou cerca de R$ 1,7 bilhão (1,5 bilhão de riais sauditas) em uma oferta de ações ao mercado feita pela BRF e passou a deter 10,7% do capital da companhia, que é dona da Sadia e da Perdigão e uma das maiores produtoras globais de frango.

    Composta em sua grande maioria por desertos, a Arábia Saudita sofre com a falta de espaço útil para a produção agrícola e assim precisa se voltar para o comércio exterior afim de garantir a segurança alimentar de sua população, segundo avalia a professora da Esalq, Andréia Adami.

    “Além do aprofundamento da parceria com o setor brasileiro de produção de aves e suínos, os sauditas têm investido também no setor de bovinocultura, e não mais com vistas apenas à segurança alimentar do país, mas também como estratégia de expansão de seus negócios”, explica Adami.

    A professora afirma que a parceria é vantajosa para ambos os países, reforçando que “para as empresas brasileiras têm sido uma importante fonte de recursos para o aprimoramento de suas operações e expansão de seus negócios, inclusive para o exterior”.

    A Arábia Saudita importa cerca de 80% de todos os alimentos que consome, e hoje em dia é um dos dez maiores consumidores da carne vermelha do brasileira.

    Mesmo assim, a carne bovina compõem o 6º grupo de produtos brasileiros mais consumidos pelos sauditas, ficando atrás de outros grupos alimentícios, como carnes de aves.

    Veja também: Brasil e Arábia Saudita debatem parcerias na aviação

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