Economia brasileira deve encolher de novo antes de voltar a crescer em 2021
Pesquisa da consultoria Euromonitor avaliou taxa de recuperação em 48 países --e Brasil está entre nações com pior perspectiva
Um estudo internacional apontou que o Brasil deve passar por uma nova queda de atividade econômica a partir do começo de 2021 antes de voltar a registrar uma recuperação mais sólida. O Rastreador da Recuperação Global, índice criado pela consultoria Euromonitor, avaliou a taxa de recuperação em 48 países — e o Brasil está entre as nações com pior perspectiva.
O índice aponta para uma nova redução da atividade econômica no país a partir do primeiro trimestre do ano que vem. O nível mais baixo deve ser alcançado entre abril e maio, repetindo o desempenho de 2020, quando a economia começou a declinar acentuadamente ainda no primeiro trimestre e alcançou sua menor atividade no meio do segundo trimestre.
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O motivo para o declínio e atraso na retomada, segundo o estudo, são as novas ondas de infecção pela Covid-19. “O caminho para a recuperação do Brasil é longo e está vulnerável a uma segunda onda de infecções por Covid-19”, aponta o relatório.
Essa queda, segundo a consultoria, deve reverter a melhora que a economia nacional registra a partir do terceiro trimestre e devolvê-la a níveis de agosto.
O estudo aponta ainda uma recuperação já no segundo trimestre, mas insuficiente para restaurar a economia ainda no ano que vem. O nível de atividade econômica do Brasil pré-pandemia só deve ser restabelecido em 2022.
Retomada pelo mundo
As perspectivas quanto à recuperação dos outros países também não é das mais animadoras. Apenas 20 entre os 48 países avaliados devem recuperar seus níveis de atividade econômica até dezembro do ano que vem. A estimativa está amparada na ideia de que as campanhas de vacinação estejam em plena atividade para essas nações a partir do meio do ano.
Em 2020, a economia mundial deve sofrer uma retração de 5,3% –em setembro, a consultoria estimava uma queda de 4,8% por conta. Essa piora na expectativa ocorre por causa do recrudescimento da pandemia em países da União Europeia. Para o ano que vem, o crescimento não deve ser maior que 0,7%, prevê o estudo.
Apesar da lenta recuperação, alguns países já alcançaram o nível econômico que tinham em 2019. A China, que teve o melhor resultado, aderiu ao lockdown severo nas regiões mais expostas ao vírus e recuperou seu nível pré-pandemia no terceiro trimestre deste ano. Suécia e Suíça, que optaram por uma política mais flexível de contenção do vírus, também já voltaram ao patamar econômico do ano passado.
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