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    Estudo mostra os conflitos da geração Alpha, a primeira com pais influenciadores

    Imagen Insights aponta que nascidos a partir de 2010 podem ter percepção mais saudável da exposição ao digital e, de forma intuitiva, separarem melhor o público do privado

    Marcelo Tripolida CNN , em Lisboa

    Jay Richards se propôs a um desafio dos novos tempos: compreender as gerações e fornecer insights para que empresas e marcas se relacionem melhor com seus públicos. Ele é cofundador da Imagen Insights, uma plataforma com 36 mil membros da Geração Z em 111 países e que aposta na diversidade: são 60% mulheres, 25%, asiáticos, 15% negros, 20% de baixa renda, 20% LGBTQIA+ e 2% de pessoas com deficiência.

    “Marcas moldam países e culturas. O que fazemos é permitir que as marcas obtenham insights qualitativos e quantitativos de nossa comunidade”, resume.

    E foi se debruçando sobre a geração Z que surgiram as primeiras percepções sobre a geração que vem imediatamente depois, a Alpha.

    Filhos da Geração Y, os Millennials, eles já nascem “celebridades” por conta da exposição a que os próprios pais os submetem desde a infância nas redes sociais.

    “Nós não sabemos ainda as consequências disso. Como pais estamos apenas postando, sem perceber o que isso pode causar no futuro”, afirma. “A Geração Alpha vai começar a processar seus pais. Eu sei que parece uma ideia maluca, mas celebridades já fazem isso”, reforça.

    Na opinião de Richards, a Geração Alpha provavelmente será a primeira a “dar um passo para trás” e se questionar sobre a exposição na internet.

    “É isso que eu quero da minha vida? Então veremos muitos deles se afastando das redes sociais, mas, ao mesmo tempo, vai haver uma angústia entre eles simplesmente pelo fato de serem viciados em dopamina”, afirma o Richards sobre a super-exposição às telas a qual esta geração é submetida.

    “É uma situação assustadora, mas é o que veremos. Veremos eles tendo que lutar contra aquela dose de dopamina e, ao mesmo tempo, querendo cuidar da saúde mental”, pondera.

    Do ponto de vista mais demográfico, Richards aponta que a Geração Alpha será a mais diversa da história. “Se você pesquisar no Google como será o mundo em 2050, verá que quase todo mundo será mestiço”, afirma. Outro ponto é que é que 65% deles farão um trabalho que ainda não existe e eles serão 2 bilhões de pessoas até 2025.

    “Não quero assustar ninguém, apenas encorajar todos nós, empresas e marcas, a pensar no que estamos construindo. Isso é bom para a próxima geração? Isso é bom para os mais novos?”, concluiu.

    Jay Richards participou nesta quarta-feira (15) do Web Summit 2023, que acontece em Lisboa entre os dias 14 e 16 de novembro.

    *Com Dimalice Nunes