Exportações da Alemanha caem mais do que o esperado em maio
Demanda dos Estados Unidos caiu pelo segundo mês consecutivo devido ao impacto das tarifas

As exportações da Alemanha caíram mais do que o esperado em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8), uma vez que a demanda dos Estados Unidos caiu pelo segundo mês consecutivo devido ao impacto das tarifas.
Alguns exportadores haviam antecipado seus embarques neste ano antes que a tarifa básica de 10% dos EUA entrasse em vigor em abril.
As exportações da maior economia da Europa caíram 1,4% em maio em comparação com o mês anterior, segundo dados do escritório federal de estatísticas. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,2%.
As exportações para os Estados Unidos caíram 7,7% em maio sobre o mês anterior, após queda de 10,5% em abril.
"As tarifas mais altas dos EUA certamente contribuíram significativamente para esse declínio acentuado", disse Ralph Solveen, economista sênior do Commerzbank.
Em comparação com maio de 2024, as exportações para os Estados Unidos caíram 13,8% em termos ajustados sazonalmente e ao calendário.
As exportações para os EUA haviam aumentado 8,5% em fevereiro e 2,4% em março, ambos na comparação com o mês anterior, provavelmente porque muitas empresas anteciparam as entregas para evitar as tarifas mais altas dos EUA, disse Solveen.
"Se a UE e os EUA não chegarem a um acordo que impeça, em grande parte, o aumento das tarifas norte-americanas - o que não parece provável no momento -, pode-se certamente presumir que as exportações para os EUA continuarão a diminuir nos próximos meses", disse Solveen.
A tarifa básica de 10% dos EUA entrou em vigor em 5 de abril.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu um prazo até 9 de julho para que a União Europeia e outros parceiros comerciais cheguem a acordos comerciais e evitem tarifas elevadas.
A UE ainda pretende chegar a um acordo comercial até quarta-feira, depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Trump tiveram uma "boa conversa", disse um porta-voz da Comissão.