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    Faturamento da indústria cresce 1% em junho, diz CNI

    Apesar do avanço em junho, recuo nos demais indicadores reforçam perda de dinamismo do setor em 2023

    Fernanda Trisotto, do Estadão Conteúdo

    O faturamento real da indústria de transformação avançou 1% em junho na comparação com maio e apresentou estabilidade na comparação com o mesmo mês de 2022. Os números são dos Indicadores Industriais, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (3).

    Contudo, de acordo com a CNI, apesar do avanço no faturamento, o recuo nos demais indicadores reforçam a perda de dinamismo do setor em 2023.

    De acordo com o relatório da CNI, os índices de rendimento médio real, massa salarial real e horas trabalhadas na indústria recuaram em junho, ainda que de forma moderada, enquanto o emprego na indústria se manteve estável.

    Já a utilização da capacidade instalada permanece em trajetória de queda, conforme observado desde 2021. O indicador de faturamento real da indústria de transformação, por outro lado, avançou no mês.

    O documento ainda pondera sobre os sinais de desaceleração do setor que levam a uma queda no acumulado do ano do faturamento real.

    Dados dos indicadores

    No primeiro semestre, o faturamento do setor foi 0,2% menor do que no mesmo período de 2022.

    As horas trabalhadas na produção industrial em junho recuaram 0,2% em relação ao mês anterior. No acumulado do primeiro semestre de 2023, houve avanço de 0,8% na comparação com o ano anterior.

    No caso do emprego industrial, o indicador permaneceu estável na passagem de maio para junho.

    “No ano, a série vem intercalando recuos e avanços, com uma sinalização de perda de dinamismo, uma vez que os recuos se mostram mais intensos. Apesar disso, a série ainda se encontra em patamar superior ao observado em 2022”, diz a CNI.

    O indicador do primeiro semestre registra alta de 0,8% na comparação com o mesmo período de 2022.

    A massa salarial registrou leve recuo de 0,1% em junho ante maio.

    “O indicador registrou recuo em quatro dos seis primeiros meses do ano, sinalizando uma trajetória de perda de dinamismo”, aponta o documento.

    Apesar dos recuos, o saldo do primeiro semestre é de avanço de 4,3% ante o mesmo período do ano anterior.

    O rendimento médio real também recuou 0,1% em junho, na comparação com maio.

    O indicador registrou queda em cinco dos seis primeiros meses do ano, insuficientes para conter o forte avanço observado em abril, quando o indicador cresceu 2,8%.

    No acumulado dos seus primeiros meses de 2023, a série histórica avançou 3,5% em relação a 2022.

    A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria chegou a 78,7% em junho de 2023, um recuo de 0,3 ponto porcentual (p.p.) em relação ao resultado de maio.

    Intercalando resultados positivos e negativos desde o final do ano passado, “as altas registradas não conseguem reverter completamente os movimentos de queda, de forma que o faturamento passa a acumular recuo”, concluiu a CNI.

    Veja também: Presidente da Fiemg explica os impactos dos juros altos na produção industrial

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