Febraban pede estabilidade e redução das incertezas ao presidente Bolsonaro

Em um tom de resposta às críticas ao setor, o representante da Febraban disse ainda que existe uma percepção errada de que os bancos gostam de juro elevados porque “lucrariam mais”

Fernando Nakagawa, do CNN Brasil Business
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Banqueiros pediram estabilidade e redução das incertezas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no almoço realizado nesta segunda-feira na capital paulista. O evento, organizado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), também serviu para que o setor rebatesse as acusações de que ganha com o juro alto.

Após o apoio formal da Febraban ao documento em defesa da democracia que será lido nesta semana, o presidente da entidade, Isaac Sidney, fez um discurso em tom ameno e construtivo ao presidente Bolsonaro. Segundo relato de presentes, o setor financeiro aproveitou o evento para reafirmar a pauta econômica, que defende estabilidade e previsibilidade.

“Não desejamos regras e normas favoráveis ao setor. O que desejamos é maior previsibilidade com um horizonte que mitigue as incertezas e aumente a confiança”, disse o presidente da Febraban, segundo relato de presentes. No evento, o discurso de Bolsonaro foi transmitido pelas redes sociais, mas o presidente não detalhou propostas ou a agenda econômica para um eventual segundo mandato.

Ao presidente da República, Isaac Sidney argumentou que o setor trabalha com “perspectiva de colaboração com todas as autoridades” e lembrou que a entidade vai conversar com todos os presidenciáveis. Nos próximos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser recebido em evento da mesma natureza.

Em um tom de resposta às críticas ao setor, o representante da Febraban disse ainda que existe uma percepção errada de que os bancos gostam de juro elevados porque “lucrariam mais”.

“O que os bancos querem é a economia saudável, com inflação baixa e estável, que permita juros mais baratos”, disse, ao defender a pauta de melhora estrutural do mercado de crédito com aumento das garantias nos financiamentos.

No fim de julho, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse que banqueiros estariam contra o presidente Bolsonaro porque bancos perderam bilhões de reais após a adoção do Pix pelo Banco Central.

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