Custo de vida na Grande São Paulo sobe mais de 10% em 12 meses, diz Fecomercio
Famílias que ganham menos sofrem mais com a inflação
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) acumulou alta de 10,60% nos 12 meses até outubro, maior do que o avanço de 10,27% ocorrido até setembro.
O patamar é o mais elevado desde fevereiro de 2016. As informações foram apuradas pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O aumento foi pressionado pelos grupos transportes, habitação e alimentação e bebidas. A alta acumulada em 12 meses de transportes avançou de 2,38% no início do ano para 20,76% em outubro – a maior para o período de um ano, segundo a série histórica do CVCS.
No mesmo intervalo, a alta acumulada de habitação variou de 3,36% para 14,09% e alimentação, de 10,92% para 9,37%.
De acordo com o levantamento, a elevação nos preços foi percebida de maneira diferente entre as classes sociais. “As famílias que ganham menos sofrem mais com a inflação”, diz a FecomercioSP em nota.
Enquanto o custo de vida cresceu 9,13% em 12 meses para a Classe A, o aumento foi de 12,82% na E.
Ceia de Natal
A inflação deve ser sentida pelos consumidores na ceia de Natal, segundo o relatório. A estimativa é de gasto 9,9% maior em relação a 2020, com alimentos e bebidas tradicionais da festividade.
O item com maior elevação em 12 meses até outubro foi o frango inteiro, com alta de 26,8%, junto com o tomate, 22,7%. Por outro lado, o arroz e a cebola apresentaram recuos de 7,35% e 11,09% na comparação.
O CVCS é formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), usa dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os efeitos da alta de preços na RMSP em 247 itens de consumo.