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    França enfrenta crise energética iminente; veja como Emirados Árabes Unidos podem ajudar

    Presidente dos Emirados Árabes Unidos desembarcou na capital francesa na segunda-feira (18) para discutir o "futuro da energia" entre as duas nações

    Eoin McSweeneyMostafa SalemCeline Alkhaldida CNN , em Abu Dhabi

    A França está no meio de uma crise de energia: a Rússia continua cortando o fornecimento para a Europa enquanto ondas de calor históricas estão causando um aumento na demanda por gás para resfriar as casas.

    Um inverno frio se aproxima, o que pode virar um problema maior, caso os preços do gás continuem subindo. Mas alguma ajuda, pelo menos temporária, pode ter acabado de aterrissar em Paris.

    O presidente dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Mohammed bin Zayed al-Nahyan, desembarcou na capital francesa na segunda-feira (18) para discutir o “futuro da energia” entre as duas nações com o presidente Emmanuel Macron.

    É a primeira visita de um líder dos Emirados Árabes Unidos à França desde 1991, segundo o Eliseu, e é a primeira viagem do xeque Mohammed a uma nação ocidental desde que assumiu o cargo de presidente, evidenciando a força das relações entre os dois países.

    “Acho que a visita é um sinal de apreço pela França, que é percebida nos Emirados Árabes Unidos como um parceiro confiável na região”, disse Anne Gadel, especialista em Golfo do Observatório MENA da Fundação Jean Jaurès, à CNN.

    No topo da agenda para Paris e Abu Dhabi está um acordo assinado segunda-feira que garante o fornecimento de diesel dos Emirados Árabes Unidos para a França, segundo uma fonte do Palácio do Eliseu.

    Macron e o xeque Mohammed também procuram criar um fundo para projetos relacionados ao clima, bem como oportunidades de investimento em outras fontes de energia, incluindo hidrogênio, nuclear e renováveis, disse a mesma fonte a jornalistas em 15 de julho.

    “A agenda da visita será dominada por questões de energia. As principais preocupações na França são as consequências econômicas da guerra na Ucrânia”, disse à CNN Anna Gardel, analista do Golfo do Observatório MENA da Fundação Jean Jaurès.

    “Não espero nada em relação a um aumento na produção, principalmente pelo fato de os Emirados Árabes Unidos estarem perto de atingir suas capacidades de produção e estarem realmente vinculados ao formato OPEP +”, acrescentou Gadel.

    “Uma mensagem para os EUA”

    A visita do xeque Mohammed ocorre após a viagem do presidente dos EUA, Joe Biden, à Arábia Saudita, enquanto as potências ocidentais esperam que Riad e os Emirados Árabes aumentem a produção de petróleo para reduzir os preços crescentes da energia decorrentes da invasão russa da Ucrânia.

    As preocupações com o fornecimento de energia da Europa aumentaram ainda mais nesta semana em meio a temores de que a Rússia manterá as torneiras fechadas no oleoduto Nord Stream 1 — uma artéria crucial que liga o gás da Rússia ao bloco.

    “Esta visita também pode ser uma mensagem enviada aos EUA, que é o tradicional aliado dos Emirados Árabes Unidos na região em um contexto em que os EUA estão se retirando da região; não é mais percebido como um aliado confiável. Elysee tem muito a aproveitar nesta visita”, disse Gadel.

    As políticas externas dos Emirados Árabes Unidos e da França se alinharam em questões de segurança precárias, principalmente na Líbia e no Líbano.

    E apenas no ano passado, a França concedeu sua maior venda no exterior do avião de guerra Rafale para os Emirados Árabes Unidos – pouco antes de a nação do Golfo Árabe suspender um acordo com os EUA para os caças F35.

    Esses laços foram exibidos mais recentemente após a maior venda da França no exterior do avião de guerra Rafale para os Emirados Árabes Unidos em um acordo no valor de US $ 19 bilhões na época – pouco antes de a nação do Golfo Árabe suspender um acordo com os EUA para os caças F35.

    “Os Emirados Árabes Unidos e a França explorarão outras áreas de cooperação, como a sustentabilidade e o futuro da energia, que é central para a visão do presidente para o país”, disse o conselheiro presidencial dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash, durante um briefing no fim de semana.

    Gargash também disse que os Emirados Árabes Unidos estão direcionando seus suprimentos de petróleo para longe do Extremo Oriente e para a Europa, acrescentando que o Estado do Golfo está investindo em “maior capacidade energética” para atender à demanda global após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

    Ele acrescentou a ressalva de que quaisquer decisões sobre energia são “parte de um grande grupo” — referindo-se à Opep e seus aliados — e que os Emirados Árabes Unidos cumprirão as decisões desse grupo.

    O embaixador dos Emirados Árabes Unidos na França, Hend Al Otaiba, disse em comunicado que a amizade dos Emirados Árabes Unidos com a França, que se baseia em décadas de profundas parcerias políticas e econômicas, continua a fornecer “uma sensação duradoura de otimismo para o futuro”.

    “A escolha da França como a primeira visita oficial do presidente é “consciente”, disse Gargash, marcando as relações “fortes” e “históricas” entre as duas nações.

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