França se prepara para greve em grande escala nesta terça pela 6ª vez no ano
Sindicatos estimulam pessoas em todo o país em protesto contra planos do governo de aumentar idade de aposentadoria para maioria dos trabalhadores
Escolas, aeroportos e trens franceses enfrentarão fortes interrupções nesta terça-feira (7) pela sexta vez neste ano, enquanto os sindicatos estimulam as pessoas em todo o país em protesto contra os planos do governo de aumentar a idade de aposentadoria para a maioria dos trabalhadores.
Espera-se que Paris sofra o peso dos protestos, com a maioria das linhas do metrô funcionando apenas nos horários de maior movimento, de acordo com a agência de transportes da cidade, RATP.
O principal sindicato da educação, FSU, disse no domingo que 120 escolas fechariam durante o dia e 60% dos professores primários estariam em greve na capital francesa.
A autoridade de aviação civil da França, por sua vez, pediu às companhias aéreas que reduzissem os voos regulares em 20% e 30% nos aeroportos Charles de Gaulle e Orly, em Paris, respectivamente.
A Air France disse que cerca de 20% dos voos de curta distância seriam cancelados, mas os serviços de longa distância seriam mantidos.
A companhia aérea alertou, no entanto, que “atrasos e cancelamentos de última hora não podem ser descartados”.
A operadora ferroviária nacional SNCF disse que poucos trens regionais iriam operar e que quatro dos cinco trens do TGV, o serviço ferroviário intermunicipal de alta velocidade da França, seriam cancelados.
Manifestações
Sindicatos e partidos de oposição estão incentivando as pessoas a protestar nas principais cidades do país, na esperança de “paralisar a França”.
Philippe Martinez, secretário-geral da CGT, o maior sindicato francês, disse em entrevista ao Le Journal du Dimanche no domingo que os sindicatos “estão avançando” e espera “que as mobilizações continuem e cresçam até que o governo ouça os trabalhadores.”
A França sofreu uma série de greves este ano, enquanto os trabalhadores protestam contra as reformas previdenciárias planejadas pelo presidente Emmanuel Macron. As reformas aumentarão gradualmente a idade em que a maioria dos cidadãos franceses pode receber uma pensão do Estado de 62 para 64 anos.
Um recorde de 1,3 milhão de pessoas participou das manifestações em 19 de janeiro, que paralisaram o país e fecharam a Torre Eiffel para os visitantes.
O governo disse que a legislação previdenciária é necessária para enfrentar o déficit de financiamento, mas as reformas irritaram os trabalhadores em um momento em que o custo de vida está subindo.
A legislação está atualmente perante os legisladores franceses, com uma votação sobre a versão final do texto prevista para o final deste mês.
Se não houver apoio dos legisladores da oposição, o governo de Macron pode recorrer ao Artigo 49.3 da constituição francesa, um mecanismo que já usou várias vezes para aprovar projetos de lei relacionados ao orçamento sem submetê-los a votação parlamentar.