GNV teve alta de quase 10% nas bombas após reajuste da Petrobras, mostra ANP
Custo médio do metro cúbico do gás utilizado como combustível passou de R$ 4,774 para R$ 5,226 em uma semana
Uma semana depois de a Petrobras ter anunciado aumentos de 19% nos preços de venda de gás natural para as distribuidoras, consumidores que precisaram abastecer o carro já percebem a diferença nos postos.
De acordo com pesquisa semanal do Serviço de Levantamento de Preços da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o custo médio do metro cúbico de Gás Natural Veicular (GNV) apresentou alta de 9,46%.
O custo, no entanto, chega a alcançar R$ 7,290 em Angra dos Reis. A cidade da Costa Verde do Rio de Janeiro registra o custo mais elevado dos 363 postos pesquisados.
O menor preço, porém, foi identificado pela agência em Cuiabá. Na capital do Mato Grosso, o combustível pode ser encontrado a R$ 3,179. A diferença entre os preços mínimo e máximo alcança 129%.
Segundo a Associação Brasileira de Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o reajuste, válido desde 1º de maio, não traz benefícios para as empresas representadas, porque elas não comercializam gás natural.
É um aumento que ocorre exclusivamente no preço da molécula do gás.
Segundo Marcelo Mendonça, diretor de estratégia de mercado da Abegás, o impacto do reajuste deve ser menos sentido nos estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, onde as fornecedoras utilizam também gás de outros fornecedores, além da Petrobras.
Para ele, a falta de competitividade é o principal gargalo de preços.
“O GNV continua muito competitivo em relação aos combustíveis líquidos e é um bom termômetro para mensurar abertura de mercado. Atualmente, a Petrobras responde por 95% da oferta e os demais fornecedores dividem o restante. É importante que se crie infraestrutura, que se atraia investimentos para trazer uma oferta nova”, afirma.
O investimento em infraestrutura é a principal dificuldade para a expansão da indústria, porque é um investimento custoso. A maior parte do gás natural brasileiro está no pré-sal, a cerca e 300 quilômetros da costa e a, em média, quatro mil metros de profundidade.
O gasoduto é a infraestrutura que trazem o produto até terra firme. Um investimento elevado, que tem longo tempo de retorno de investimento.
Para a Abegás, é necessário implementar novas regras regulatórias, que estimulem a entrada de novos ofertantes no mercado e ampliem a competitividade, para redução de preços ao consumidor.
Procurada, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ainda não se manifestou sobre a crítica.