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Haddad diz que governo vai flexibilizar regras para dívidas rurais no RS

Medida será tomada após pressão de entidades do setor agropecuário devido às recentes crises climáticas no estado

Cristiane Noberto, da CNN
Fernando Haddad, ministro da Fazenda  • Reprodução
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta quarta-feira (23), que o governo vai flexibilizar as regras para a renegociação de dívidas de produtores rurais do Rio Grande do Sul.

A medida será tomada após pressão de entidades do setor agropecuário devido às recentes crises climáticas no estado. O ministro se reuniu com os senadores gaúchos Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), na sede da pasta.

“Temos alguns votos no Conselho Monetário Nacional para flexibilizar um tipo de negociação de dívida que não estava permitido, e vamos atender a demanda”, disse Haddad.

Entre os pontos a serem revistos estão as restrições para renegociação de operações de custeio, que atualmente não têm permissão legal para serem reestruturadas.

“Agora vai haver. A questão do Banrisul, por exemplo, tinha um limite considerado pequeno. Vamos alterar isso também”, explicou o ministro.

O governo já havia sinalizado, em reunião anterior com o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, que a suspensão das cobranças seria possível apenas após a elaboração de um diagnóstico detalhado sobre as perdas causadas pelas secas e enchentes no estado.

Em audiência pública ocorrida na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (23), a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) apontou que, entre 2020 e 2024, o Rio Grande do Sul acumulou perdas de 40 milhões de toneladas de grãos, com um prejuízo financeiro direto estimado em R$ 106,6 bilhões e impacto total de R$ 319 bilhões no agronegócio gaúcho.

A proposta do senador Heinze, que defende a securitização das dívidas — transformando os débitos em títulos com aval do Tesouro Nacional. No entanto, o ministro não vê o projeto como parte da solução.

A proposta prevê até R$ 60 bilhões em títulos, com prazos de 20 anos, juros entre 1% e 3% ao ano e bônus de adimplência, além de linha de crédito para recuperação de solo e irrigação.

A estimativa do Ministério da Agricultura é que as parcelas de crédito rural com vencimento em 2025 no estado somem R$ 28 bilhões.

Para o Proagro, estão previstos R$ 2,3 bilhões em recursos para o SR no próximo ano.

A pressão por medidas concretas deve continuar nos próximos dias. Produtores já falam em uma possível paralisação do setor a partir de 15 de maio, caso o governo não apresente ajuda emergencial.

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