Haddad diz que renúncias causam rombo de R$ 32 bilhões e se reúne com Lula para encaminhar proposta

Ministro também tem encontro marcado com o presidente da Câmara, Arthur Lira, entre quinta e sexta-feira

Luciana Amaral e Gabriela Prado, da CNN, Brasília
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto  • 12/01/2023 - REUTERS/Adriano Machado
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O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira (16), que renúncias não previstas na peça orçamentária de 2024, aprovada em dezembro do ano passado, causam um rombo de R$ 32 bilhões nas contas públicas.

Pelas contas do ministério, o custo das renúncias é estimado em:

  • R$ 12 bilhões para a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.
  • R$ 4 bilhões para desoneração da folha de pagamento de municípios com até 142,6 mil habitantes.
  • R$ 16 bilhões do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

A desoneração da folha foi mantida pelo Congresso após a derrubada do veto presidencial, em 14 de dezembro de 2023. Já o Perse foi um programa emergencial para incentivar o setor de eventos, criado durante a pandemia de Covid-19.

"A desoneração terminava em 31 de dezembro. Não estava na peça na orçamentária. Então, nós fizemos a proposta de fazer com o benefício fiscal o mesmo que foi feito na reforma tributária. Se pegar a reforma tributária, todos os benefícios foram extintos e diluídos no tempo, justamente para que os setores não fossem afetados no curto prazo", afirmou Haddad.

O ministro comentou ainda que deve se reunir, nesta quarta-feira (17), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir as considerações feitas pelo Congresso sobre a MP 1.202, que acaba com benefícios a diversos setores da economia.

Haddad disse que negocia com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),  o "formato e o mérito" de uma proposta para equilibrar as contas e negou que haja qualquer tensão entre o governo e o Congresso.

Haddad se reuniu com Pacheco, nesta segunda-feira (15), e também comentou que deve se encontrar com Lira até o fim desta semana para tratar o tema. O ministro reforçou que há compromisso dos presidentes do Congresso e do governo federal com a responsabilidade fiscal.

" O papel da equipe econômica é colocar as coisas no lugar. Nós estamos obviamente conversando com todos os interessados, mas sobretudo pensando no Brasil como um todo. Eu não posso prejudicar toda a sociedade brasileira, por causa de um setor. Tem que encontrar um equilíbrio. Vamos nos acomodar de maneira que a gente consiga um objetivo que é comum a todos", disse Haddad.

 

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