Haddad propõe taxar quem ganha mais de R$ 50 mil para compensar isenção para salários até R$ 5 mil
"Nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo", diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (27), que o governo federal vai compensar a isenção de imposto de renda anunciada para salários de até R$ 5 mil por mês aumentando a taxação para pessoas com rendas superiores a R$ 50 mil.
“A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais”, disse Haddad sobre a isençao de IR.
Em pronunciamento à nação nesta terça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou sem detalhes o pacote de corte de gastos do governo, que prevê uma economia de R$ 70 bilhões para os cofres públicos nos próximos dois anos.
Entre as medidas apresentadas por Haddad estão: um reajuste no abono salarial, limitar o crescimento das emendas parlamentares abaixo do limite do arcabouço (2,5% ao ano), mudanças na idade mínima para aposentadoria dos militares e limitação de transferência de pensões.
No caso do abono salarial, o governo vai manter para quem ganha até R$ 2.640. Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio.
Além disso, 50% das emendas das comissões do Congresso passarão a ir obrigatoriamente para a saúde pública, reforçando o SUS.
“Essas medidas que mencionei vão gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país”, disse Haddad.
Uma coletiva para detalhar as medidas deve acontecer nesta quinta-feira (28).
As medidas apresentadas por Haddad ainda precisam ser votadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. Haddad afirma ter “esperança” de uma aprovação das medidas ainda neste ano, mesmo com o calendário apertado.
A ideia do governo é aproveitar projetos que já tramitam nas casas legislativas.
O ministro ainda anunciou que o crescimento do salário mínimo será limitado ao intervalo do arcabouço (0,6% a 2,5%).