Importações de petróleo dos EUA pela Índia crescem em meio a críticas
Iraque fornece 23% do petróleo da Índia, seguido pela Arábia Saudita com 18% e os Emirados Árabes Unidos com 11%
As importações de petróleo dos Estados Unidos pela Índia vão subir 11% este ano, disseram autoridades no sábado (19), enquanto o país com severa deficiência de energia busca garantir o abastecimento a partir de produtores de todo o mundo, incluindo a fortemente sancionada Rússia.
O aumento nos preços do petróleo na esteira da invasão russa na Ucrânia no mês passado ameaça aumentar a inflação indiana, esticar as finanças públicas e prejudicar o crescimento justamente quando o país emergia de uma desaceleração induzida pela pandemia.
Nova Délhi enfrenta críticas do Ocidente por seus laços políticos e de segurança de longa data com Moscou, com alguns dizendo que fazer negócios com a Rússia ajudará a financiar a guerra. A Índia pediu o fim da violência na Ucrânia, mas se absteve de votar contra a Rússia.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, reunido com seu homólogo indiano, Narendra Modi, durante uma visita neste sábado, disse que incentivará uma abordagem unificada sobre a Ucrânia.
A Índia compra a maior parte de seu petróleo do Oriente Médio, mas os Estados Unidos emergiram como a quarta maior fonte e, neste ano, a oferta aumentará substancialmente, disse à Reuters uma autoridade do governo informada sobre o assunto.
O Iraque fornece 23% do petróleo da Índia, seguido pela Arábia Saudita com 18% e os Emirados Árabes Unidos com 11%. A participação dos EUA no mercado indiano aumentará para 8% este ano, disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato em linha com a política do governo.
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O petróleo é considerado uma commodity. O termo se refere a recursos finitos que têm origem na natureza e são comercializados. No caso, o petróleo é usado principalmente como combustível, mas também dá origem a materiais como o plástico • REUTERS/Vasily Fedosenko
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O petróleo pode ser de vários tipos, dependendo principalmente do seu grau de impureza. Os dois principais, Brent e WTI, são leves (pouco impuros), e a diferença se dá pelo local de negociação: bolsa de Nova York no caso do Brent e bolsa de Londres no caso do WTI • Instagram/ Reprodução
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Os preços do petróleo seguem uma cotação internacional, e flutuam pela oferta e demanda. No Brasil, o preço de referência adotado pela Petrobras - maior produtora no país - é do Brent, seguindo a cotação internacional, em dólar • REUTERS
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Quando se fala da comercialização de petróleo, um fator importante é a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com 13 membros, ela é responsável por quase 50% da produção mundial de petróleo, e portanto consegue regular a oferta - e preços - pelos fluxos de produção • Reuters/Dado Ruvic
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A partir de 2020, os preços do petróleo foram afetados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. A Opep+ (que inclui países aliados do grupo, como a Rússia) decidiu cortar a produção temporariamente devido à baixa demanda com lockdowns, e os preços caíram. A média em 2020 foi US$ 40, distante da de anos anteriores, entre US$ 60 e US$ 70 • REUTERS
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Em 2021, porém, o cenário mudou, com o avanço da vacinação, os países reabriram rapidamente, e a demanda por commodities decolou, incluindo pelo petróleo. A Opep+, porém, decidiu manter os níveis de produção de 2020, e a oferta baixa fez os preços saltaram, ultrapassando US$ 80 • REUTERS/Nick Oxford
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Já em 2022, a situação piorou. A guerra na Ucrânia, e as sanções ocidentais a um dos maiores produtores mundiais da commodity, a Rússia, fizeram os preços dispararem, ultrapassando os US$ 120. Atualmente, o barril varia entre US$ 100 e US$ 115 • 03/06/2022REUTERS/Angus Mordant
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A alta dos preços do petróleo, porém, trouxe consequências negativas para o Brasil. Como a Petrobras segue a cotação internacional e o dólar está valorizado ante o real, ela subiu o preço nas refinarias, o que levou a uma elevação da gasolina e outros combustíveis. Até o momento, o preço da gasolina já subiu 70% • REUTERS/Max Rossi
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A alta do petróleo não afetou só o Brasil. Países dependentes da commodity, como EUA, Índia e Reino Unido, também viram os preços dos combustíveis subirem, e têm tentado pressionar a Opep+ a retomar os níveis de produção pré-pandemia, o que tem ocorrido lentamente enquanto a organização aproveita para se recuperar das perdas em 2020 • Reuters
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