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    Inflação, câmbio e juros instáveis caminham para sepultar plano real, diz Marcos Mendes ao WW

    Dólar bateu R$ 6 no meio dos negócios desta quinta-feira (28), com aversão a pacote fiscal

    Danilo CruzJoão Nakamurada CNN , em São Paulo

    O pacote de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (27) não agradou o mercado, e o dólar voltou a atingir níveis recordes.

    Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, afirmou ao WW desta quinta-feira (28) que, combinadas, a desvalorização do câmbio, a inflação em alta e os juros restritivos podem levar ao fim do maior plano econômico da história do País.

    “Estamos vendo a inflação subir, principalmente por causa da desvalorização do dólar que vai batendo nos preços. Se isso permanecer por muito tempo, começa a criar uma inércia inflacionária. Fica mais difícil reduzir a inflação”, aponta Mendes.

    “No médio prazo, se você não fizer um conserto significativo nessa trajetória, o que vamos ter é inflação de dois dígitos de forma permanente. Nós estaríamos caminhando para sepultar o plano real”, enfatiza.

    Mesmo com a taxa Selic a 11,25% ao ano, a economia e o mercado de trabalho brasileiros seguem resilientes, de modo a pressionar a alta dos preços.

    Além das medidas terem sido apontadas como insuficientes para estabilizar a dívida pública, a avaliação é de que o governo errou ao anunciar uma medida de renúncia fiscal em paralelo ao pacote de contenção.

    Com isso, o dólar ultrapassou os R$ 6 ao longo do dia pela primeira vez na história e fechou o pregão no recorde de R$ 5,98.

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