Inflação registrada pelo IPC-S tem alta de 0,76% na quadrissemana, aponta FGV
Grupo de alimentos foi o único no qual houve aceleração em relação à edição anterior
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), divulgado nesta quarta-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) apresenta alta de 0,76% na terceira quadrissemana de junho.
Ao longo dos últimos 12 meses, o indicador de inflação do instituto apresenta acumulado de 10,41%.
Desta vez, sete das oito classes de despesas apresentaram decréscimo na variação. Para Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre, os índices da quadrissemana e o acumulado de 12 meses são altos e têm impacto decisivo no orçamento familiar.
“É uma inflação bastante elevada para um número de quatro semanas, ainda mais levando em conta que ela não é resultado da pressão de poucos vilões. É uma alta generalizada de preços que percorre praticamente todos os grupos do índice. Tem um impacto, é bem significativo no bolso do consumidor, na medida em que afeta os vários itens consumidos normalmente”, aponta Picchetti.
O economista destaca ainda que o problema é mais grave no cenário atual, no qual os salários não acompanham as variações de preços, o que resulta em perda do poder de compra.
O grupo alimentação foi o único que apresentou avanço na taxa de variação, em relação à semana anterior: passou de 0,70% para 1,01%.
A maior desaceleração ocorreu no grupo educação, leitura e recreação, que passou de 3,44% para 2,76%. Nesta classe, a maior contribuição para a queda veio das passagens aéreas: passou de 15,9% para 12,64%.
“No grupo, o maior peso individual é de aumento de passagens aéreas. Isso é reflexo da retomada das viagens, com aumento da demanda depois da pandemia ter inviabilizado a maioria das viagens. Ao mesmo tempo, os combustíveis, insumo essencial desse setor, vem sofrendo aumento de preços sistemático”, conclui o economista.
Os outros seis grupos que apresentaram desaceleração são; transportes (de 0,30% para 0,11%), habitação (0,79% para 0,62%), vestuário (1,94% para 1,47%), despesas diversas (0,61% para 0,28%), saúde e cuidados pessoais (0,72% para 0,59) e comunicação (-0,23% para -0,49%).
*Sob supervisão de Stéfano Salles