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IOF: CNI critica protagonismo da Febraban no diálogo com a Fazenda

Presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban afirmou que setor não fará como Pilatos, personagem bíblico que lavou as mãos diante do julgamento de Jesus

Da CNN
Nota de 50 reais
Febraban se posicionou contra as medidas do IOF anunciadas pelo governo federal na semana passada  • Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, fez duras críticas à condução dos debates sobre a reformulação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sugerindo que o setor industrial tem sido deixado à margem das discussões, enquanto as decisões são centralizadas pela Febraban, a federação dos bancos.

A reprovação sobre a forma como o governo conduz a questão foi manifestada por meio de uma mensagem enviada a grupos de WhatsApp formado por empresário da indústria. A autenticidade da mensagem foi confirmada pela CNN.

“Porque as alternativas só são debatidas e detalhadas na Febraban?!?!?!?!!!”, escreveu Alban na mensagem, em tom de desabafo que reflete o desconforto da entidade com a condução do tema. “Quem gera riqueza? Quem paga a maior carga tributária?”, questiona ele, ao reforçar o papel da indústria como principal motor da economia real.

Alban finaliza o texto enviado aos empresários afirmando que o setor não aceitará ser mero expectador.

“Tenham certeza que seremos perseverantes e incisivos; mas, não perdendo a razão, e muito menos querendo ser donos da verdade. Mais, a Indústria não mais será ‘PILATUS’”, escreveu o presidente da CNI, indicando que a entidade não fará como Pôncio Pilatos, que lavou as mãos diante do julgamento de Jesus Cristo.

A Febraban se posicionou contra as medidas do IOF anunciadas pelo governo federal na semana passada. Nesta quarta-feira (28), o presidente da Federação, Isaac Sidney, esteve com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pelos cálculos da entidade, as medidas anunciadas pelo governo federal podem aumentar o custo efetivo do crédito em até 40% e as micro, pequenas e médias empresas devem sentir o maior impacto.

“Isso pode significar, em uma operação de curto prazo, uma variação entre 14,5% a 40% no custo efetivo total, em termos de taxas de juros”, disse o presidente da Febraban.

Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú, Marcelo Noronha, presidente do Bradesco, Mário Leão, presidente do Santander, e Roberto Sallouti, do BTG Pactual, participaram do encontro, que tratou sobre o impacto das mudanças do IOF no custo do crédito.

Procurada, a assessoria da CNI afirmou que reitera a disposição da entidade e de Alban em manter diálogo com o governo e buscar alternativas à alta do IOF.

A CNN não conseguiu contato com a assessoria da Febraban na noite desta quarta-feira (28).

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