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    Lula na COP28: O Brasil não será membro efetivo da Opep porque nós não queremos

    Presidente foi questionado sobre o ingresso na organização de países exportadores de petróleo e defendeu o papel de observador no grupo

    Mathias BroteroGustavo ZanferAmérico Martinsda CNN , Dubai e São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu neste domingo (3) durante entrevista na COP28, em Dubai, que o Brasil deve participar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) como observador, mas não como membro efetivo.

    Lula foi questionado sobre a aceitação do ingresso na Opep+ ao mesmo tempo em que defende a redução do uso de combustíveis fósseis no mundo.

    “Não tem nenhuma contradição. O Brasil não será membro efetivo da Opep porque nós não queremos. O que queremos é influir”, argumentou o petista.

    Lula defendeu que o papel de observador é essencial para “dar palpite” e “oferecer alternativas” ao uso do petróleo, e de que o mesmo é feito para o G7, G20, Brics e outros grupos.

    “Antes de você acabar [com o petróleo] por sectarismo, você precisa oferecer a humanidade opções, e a nossa participação na Opep+ é pra gente discutir com a Opep a necessidade dos países que têm petróleo.”

    Veja também: Brasil analisa convite para participar da OPEP+

    O presidente quer propor que países ricos comecem a investir na produção de combustíveis menos poluentes em países pobres da América Latina, na África e na Ásia: “A gente vai convencer as pessoas que uma parte do recurso deve ser investido para a gente ir anulando o petróleo”.

    Lula voltou a adotar um tom de cobrança em relação aos países mais poluentes do planeta, como os EUA, e criticou o fato de que esses países ricos “muitas vezes acham que o problema é só dinheiro”. “Não é só dinheiro, eles também têm a responsabilidade de diminuir as emissões de gases do efeito estufa”, disse Lula.

    O governo brasileiro buscará investimentos na Opep+ e pretende reforçar a necessidade de transição energética.

    Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, afirmou que o Brasil pretende levar ideias sobre bioeconomia, transporte, mobilidade e produção de alimentos sustentáveis. “Por que não participar de um fórum tão qualificado que vai permitir ao Brasil fazer as discussões e defender as ideias que já são do Brasil?”, disse Silveira.

    O ministro afirmou que o convite que o país recebeu para integrar o grupo diz que aquele “é o fórum qualificado para discutir a estratégia de curto, médio e longo prazo para mudança estratégica dos combustíveis fósseis”.

    Agora, Lula deixa Dubai e embarca para a Alemanha, onde terá agenda com o chanceler Olaf Scholz ao longo dos dias 3 e 4 de dezembro.

    Opep+

    No sábado (2), Lula confirmou o ingresso no Brasil na Opep+, um subgrupo que agrega os 13 membros da Opep com outros dez países, que não têm poder de voto.

    Já fazem parte deste apêndice o Azerbaijão, Bahrein, Brunei, Cazaquistão, Malásia, México, Omã, Sudão, Sudão do Sul e Rússia (com o mercado de petróleo mais influente).

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