Mauro Vieira diz ao Mercosul que Brasil prepara uma contraproposta à carta da União Europeia

Chanceler brasileiro tratou do assunto na reunião de ministros das Relações Exteriores do Mercosul, em Puerto Iguazu

Pedro Teixeira, da CNN, Puerto Iguazu, na Argentina
Itamaraty está incomodado com a possibilidade de sanções ao Mercosul, caso os países sul-americanos não cumpram com exigências ambientais  • Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou nesta segunda-feira (3) que o Brasil vai apresentar aos países-membros do Mercosul uma sugestão de contraproposta à carta da União Europeia, como parte das discussões sobre o acordo entre os dois blocos.

“Pretendemos trabalhar intensamente com aqueles parceiros cujas negociações se encontram em etapa avançada, como com a União Europeia, para explorar a oportunidade de fechar acordos que estejam em sintonia com as demandas do atual contexto mundial”, disse o chanceler.

A proposta é tratada como uma “reação” à carta da União Europeia e deve ser apresentada pelo Brasil “em alguns dias”, segundo o ministro.

“Em alguns dias, pretendemos apresentar para exame de todos uma contraproposta de reação à carta adicional da União Europeia, com o intuito de destravar a negociação birregional”, ressaltou Mauro Vieira.

O chanceler brasileiro comentou sobre o acordo durante a 62ª cúpula de chefes dos Estados do bloco, que acontece nesta semana na cidade de Puerto Iguazú, na Argentina.

O acordo é negociado desde 1999. Vinte anos depois do início das conversas, em 2019, os blocos finalizaram as negociações comerciais e, um ano depois, os chamados aspectos políticos e de cooperação.

Desde então, o acordo está em fase de revisão.

Após a retomada das negociações, entretanto, a União Europeia decidiu apresentar um documento adicional, no último mês de maio, que contém, por exemplo, exigências de maior rigor no combate à derrubada de florestas.

Essas colocações não agradaram, porém, os países sul-americanos.

O Brasil também está preocupado com pontos econômicos do texto acordado em 2019. A proposta prevê a possibilidade de licitações para empresas estrangeiras em condição de igualdade com as locais.

Além disso, o Itamaraty está incomodado com a possibilidade de sanções ao Mercosul, caso os países sul-americanos não cumpram com exigências ambientais.

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