CNN Brasil Money

Mauro Vieira sobre tarifa: Brasil iniciará debate sobre "refundação" da OMC

Chanceler relatava que governo contatou uma série de nações e ouviu preocupações quanto ao sistema internacional de comércio

Danilo Moliterno, da CNN, em São Paulo
Chanceler brasileiro, Mauro Vieira, durante reunião de chanceleres do Brics
Chanceler brasileiro, Mauro Vieira, durante reunião de chanceleres do Brics  • 28/04/2025 - Mauro Pimentel/Pool via REUTERS
Compartilhar matéria

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse em evento na cidade de São Paulo nesta terça-feira (26) que o Brasil pretende dar início a uma discussão internacional sobre a “refundação” da OMC (Organização Mundial do Comércio), em meio às preocupações por tarifas dos Estados Unidos.

O chanceler relatava que, após a aplicação de tarifas por Donald Trump, o governo brasileiro estabeleceu canais de contato com uma série de países desenvolvidos e em desenvolvimento — como México, Índia, França, entre outros — e ouviu preocupações quanto ao sistema internacional de comércio.

“O Brasil pretende deste modo dar início a discussões sobre reforma estrutural da OMC, uma verdadeira refundação do organismo sobre bases mais modernas e flexíveis”, disse Vieira.

A OMC está paralisada desde 2019, enquanto os Estados Unidos bloquearam as nomeações de juízes para o órgão de apelação do mecanismo internacional. Assim, fica impedido que o sistema de solução de controvérsias da organização funcione.

Em sua participação, o chanceler ainda indicou que a diplomacia brasileira insistirá no diálogo junto aos EUA contra as tarifas de 50% — mas o fará “separando questões comerciais de políticas”.

“Trata-se de medida expressamente adotada com razões políticas, relacionadas com o processo do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais assessores, por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que configura tema interno e de soberania do Brasil, conduzido pelo Judiciário”, disse.

“Diante da impropriedade desta ação dos Estados Unidos, seja perante princípios da diplomacia e do direito internacional, é sempre importante destacar: não há possibilidade de negociação entre os países que envolva interferência em termos judiciais. Seguiremos resistindo a estas pressões e insistindo no respeito às instituições”, concluiu.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais