Dólar sobe e volta a fechar acima de R$ 6 com juros no radar; bolsa cai mais de 2%
Mercado repercute decisão do BC de elevar a Selic em 1 ponto percentual na véspera
O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (12) em alta frente ao real, recuperando-se das perdas da manhã, com o mercado reagindo à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic em 1 ponto percentual na véspera e sinalizar mais duas altas da mesma magnitude para o próximo ano.
A divisa à vista encerrou o dia com alta de 0,90%, a R$ 6,0128 na venda. Na última quarta-feira (11), a divisa encerrou o dia em queda de 1,47%, cotado a R$ 5,959. Esta foi a primeira vez que a moeda norte-americana fechou abaixo de R$ 6 neste mês.
Na contramão, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, fechou o pregão com desvalorização de 2,74%, a 126.042,21 pontos, registrando a maior retração percentual em um único dia desde 3 de janeiro de 2023, quando o índice recuou 3,06%.
Entre as 86 ações que compõem a carteira do Ibovespa, apenas a Hapvida (HAPV3) registrou alta no dia, com valorização de 1,12%, destacando-se como a única exceção positiva em um cenário amplamente negativo.
Já em relação às baixas, as 10 ações que lideraram as perdas apresentaram recuos significativos. O destaque negativo foi o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), com uma queda de 11,02%, seguido por PETZ (PETZ3) , que recuou 10,55%, e Minerva (BEEF3), que completou o pódio com desvalorização de 9,62%.
Decisão do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou os juros em 1 ponto nesta na última quarta-feira (11), levando a Selic ao patamar de 12,25% na última reunião do ano.
A decisão foi unânime entre os 9 membros do Copom.
O movimento estava no radar do mercado — apesar da maior parte das apostas estarem em 0,75 ponto — em meio a depreciação do câmbio e a deterioração das expectativas da inflação, que se intensificaram a após a apresentação do pacote fiscal e reforma do Imposto de Renda (IR) pelo governo, no fim de novembro.
Este foi o maior aperto monetário desde fevereiro de 2022, quando os juros subiram 1,5 ponto.
Cenário internacional
No cenário externo, o foco estava em torno do Banco Central Europeu, que voltou a reduzir sua taxa de juros a fim de tentar impulsionar o crescimento da zona do euro e impedir que a inflação fique abaixo da meta.
O índice de preços ao produtor para a demanda final aumentou 0,4% no mês passado, após uma alta revisada para cima de 0,3% em outubro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (12).
Economistas consultados pela Reuters previram que o índice subiria 0,2%, após um aumento de 0,2% relatado anteriormente em outubro. Nos 12 meses até novembro, os preços ao produtor subiram 3,0%, de 2,6% em outubro.
*Com informações da Reuters