Mercado vê déficit primário menor em 2024, mas piora conta para 2025, mostra Prisma

Iniciativas do ministério da Fazenda para alavancar arrecadação têm enfrentado resistência no Congresso

Reuters
Expectativa mediana é de saldo primário negativo de R$ 82,8 bilhões em 2024  • Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Economistas passaram a prever um déficit primário menor neste ano, mas pioraram a visão para o rombo em 2025, mostrou nesta quinta-feira (14) o relatório Prisma Fiscal de março, compilado pelo Ministério da Fazenda.

Agora, a expectativa mediana é de saldo primário negativo de R$ 82,8 bilhões em 2024, contra visão anterior de déficit de R$ 83,9 bilhões, segundo o relatório.

No entanto, para o ano seguinte, agora se espera que resultado seja negativo em R$ 86,5 bilhões, bem pior que a projeção anterior de rombo de R$ 79,7 bilhões.

Para 2024, foi prevista receita líquida (descontados repasses a Estados e municípios) de R$ 2,099 trilhões, acima dos R$ 2,093 trilhões do último Prisma. Para 2025, no entanto, a expectativa caiu a R$ 2,21 trilhões, de R$ 2,22 trilhões antes.

No que diz respeito à arrecadação das receitas federais - considerada crucial pelos mercados para que o governo consiga atingir as metas previstas no novo arcabouço fiscal - a visão mediana no Prisma passou a calcular R$ 2,565 trilhões neste ano, acima dos R$ 2,545 trilhões previstos no boletim anterior.

Para 2025, a expectativa de arrecadação também subiu, a R$ 2,706 trilhões, de R$ 2,694 trilhões antes.

Houve aumento na expectativa mediana de despesas do governo federal deste ano, a R$ 2,18 trilhões, contra R$ 2,17 trilhões anteriormente. Para o período seguinte, a projeção caiu a R$ 2,304 trilhões, frente a R$ 2,306 trilhões na leitura passada.

Enquanto isso, o mercado reduziu a projeção para a dívida bruta do governo geral a 77,5% do PIB neste ano, contra 77,67% esperados no mês anterior. Para 2025, o prognóstico foi reduzido marginalmente a 80,09%, de 80,1%.

As revisões do relatório Prisma ocorrem num momento de desconfiança sobre a capacidade do governo de atingir seu objetivo de zerar o déficit primário neste ano.

Iniciativas do Ministério da Fazenda nesse sentido, como a tentativa de reonerar a folha salarial de 17 setores da economia e reformular o programa Perse, têm encontrado resistências políticas.

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