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    Mesmo com alta de 15% nas vendas, setor de eletroeletrônicos amarga retração em 2023, revela estudo

    Resultado é o primeiro positivo desde 2020, ano da pandemia de Covid-19

    Marien Ramosda CNN*

    As vendas de eletroeletrônicos cresceram 15% em 2023, no primeiro resultado positivo do setor em 3 anos, revelou um estudo da Eletro, a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, obtido com exclusividade pela CNN.

    Em 2020, com a pandemia da Covid-19, os eletroeletrônicos foram muito solicitados, já que as pessoas estavam em casa e procuravam maior comodidade e conforto. Mas esse cenário mudou nos anos seguintes.

    Foi em 2022 que o setor visualizou seu pior período em 10 anos. Para o presidente executivo da Eletros, Jorge Nascimento, é possível que a “recuperação total” demore de 2 a 3 anos.

    O valor positivo registrado no ano passado foi puxado pela alta de 19% dos eletroportáteis, como liquidificadores, cafeteiras e sanduicheiras, já que esses produtos têm um preço mais acessível, com destaque para a AirFryer.

    Ar-condicionado e linha branca

    Outro fator que impulsionou as vendas foi o ar-condicionado, que teve um crescimento 17% em 2023. Segundo Nascimento, isso se deve por causa das altas temperaturas que o país vivenciou e pelas inovações tecnológicas que contribuíram para a economia de energia e sustentabilidade dos equipamentos.

    Contudo, a porcentagem ficou abaixo da registrada em 2021 e apresentou uma queda de até 60% em relação ao de ar-condicionado de janela.

    Esse equipamento é geralmente parcelado na hora da compra devido ao seu ticket médio. Mas, o presidente executivo da Eletros entende que o aumento do volume de produção, bem com a entrada de novos fabricantes no país, deve fazer com que o preço do produto se estabilize.

    Na mesma medida, os produtos da chamada linha branca, como fogões e máquinas de lavar, tiveram alta de 6% nas vendas no ano passado.

    Mesmo assim, os refrigeradores, que também compõem a linha, acumulam uma queda de mais de 40% comparado com 10 anos atrás.

    Isso se deve ao chamado momento de elitização do eletrodoméstico relacionado às políticas públicas adotadas para a população mais carentes que perderam poder aquisitivo nos últimos anos, de acordo com Nascimento.

    Isso fez com que as classes C e D passassem a corresponder por apenas 11% do volume comercializado, o que antes representava 30%.

    Para o executivo, os produtos dessa linha são “mola propulsora” da economia brasileira, já que “é um setor que quando fomentado dá bem-estar e melhora a qualidade de vida da população, além de reaquecer a economia do país”.

    Por isso, Nascimento espera mais incentivo do governo e uma taxa de juros menor, que permita que as parcelas não pesem tanto no bolso dos brasileiros.

    Televisões em queda

    Já a Linha Marrom, que considera equipamentos de áudio e vídeo, acumula uma retração de 11%, mesmo com o crescimento de 7% na venda de TVs em um ano que não teve de Copa do Mundo — quando tradicionalmente a população procura mais esse tipo de equipamento.

    “Como foram feitos muitos lançamentos de produtos novos, televisores com o processamento e uma tecnologia embarcada ainda melhor, o consumidor acabou buscando também a melhoria, a troca dos seus produtos ou adquirir produtos mais inovadores”, explicou Nascimento.

    *Sob supervisão de Guilherme Niero

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