Órgão da Suíça pede maior regulação do setor bancário após colapso do Credit Suisse

Autoridade Suíça de Supervisão do Mercado Financeiro também irá adaptar seu modelo de supervisão, afirmou em relatório

Matheus Andrade, especial para a AE, do Estadão Conteúdo
Credit Suisse perdeu a confiança dos seus clientes, investidores e dos mercados, avalia a FINMA  • 04/04/2023REUTERS/Pierre Albouy
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A Autoridade Suíça de Supervisão do Mercado Financeiro (FINMA, na sigla em inglês) publicou nesta terça-feira (19) o seu relatório sobre a crise do Credit Suisse. Seguindo o estudo, que avalia a trajetória do banco entre 2008 e 2023, a FINMA exige uma base jurídica mais forte, especificamente instrumentos como o Regime dos Quadros Superiores, o poder de impor multas e regras mais rigorosas em matéria de governança corporativa.

Por outro lado, a FINMA também adaptará a sua abordagem de supervisão em determinadas áreas e intensificará a sua análise para saber se as medidas de estabilização estão prontas para serem implementadas.

Muito antes da crise, a FINMA tomou medidas abrangentes e invasivas no contexto das suas atividades de supervisão para corrigir as deficiências, especialmente na governança corporativa do banco e na sua gestão e cultura de risco, diz a publicação.

A partir do verão de 2022, a FINMA também solicitou ao banco que tomasse várias medidas para se preparar para uma emergência.

Devido à implementação inadequada das suas áreas de foco estratégico, aos repetidos escândalos e aos erros de gestão, o Credit Suisse perdeu a confiança dos seus clientes, investidores e dos mercados, avalia a FINMA.

O elevado nível de levantamentos de fundos de clientes resultante conduziu ao risco de insolvência imediata em meados de março de 2023, conclui.

A FINMA e outras autoridades iniciaram medidas decisivas para salvaguardar a solvência do Credit Suisse e para apoiar a sua aquisição pelo UBS. "As autoridades alcançaram assim o seu objetivo de proteger os credores do banco e garantir a estabilidade financeira", afirma.

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