Payroll: Economia dos EUA cria 73 mil vagas em julho, abaixo do esperado
Taxa de desemprego do país subiu de 4,1% para 4,2%, de acordo com estimativas de consenso da FactSet

O mercado de trabalho dos EUA desacelerou substancialmente em julho e ficou muito mais fraco do que se pensava nos meses anteriores, sugerindo que a política comercial do presidente Donald Trump pode estar sufocando as contratações.
A economia dos EUA criou apenas 73 mil empregos no mês passado, e os totais mensais de maio e junho foram revisados para baixo em um total de 258 mil empregos.
As revisões dos dois meses anteriores foram “impressionantes”, disse Diane Swonk, economista-chefe da KPMG, em entrevista à CNN.
O ganho líquido estimado de 144 mil em maio foi revisado para baixo em 125 mil, para 19 mil; e a contagem preliminar de junho de 147 mil foi reduzida em 133 mil, para 14 mil, respectivamente, de acordo com dados divulgados na sexta-feira (1º) pelo Bureau of Labor Statistics.
“Está estagnado agora”, disse Swonk sobre o mercado de trabalho dos EUA.
Com essas revisões monumentais, os magros ganhos de empregos em junho foram os mais fracos desde dezembro de 2020, a última vez que o mercado de trabalho teve perdas mensais de empregos.
Fora da recessão da pandemia de 2020, o crescimento de empregos está no ritmo mais fraco desde 2010.
“Este é absolutamente o pior relatório econômico importante desde o fim da era da pandemia”, escreveu Joe Brusuelas, economista-chefe da RSM US, à CNN por e-mail.
O Dow Jones abriu em baixa de 515 pontos, ou 1,15%. O S&P 500, um índice mais amplo, caiu 1,2% e o Nasdaq Composite, composto por empresas de tecnologia, recuou 1,6%.
Os investidores agora esperam uma chance de 67% de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, acima dos 38% de quinta-feira, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
"A agenda e as políticas econômicas pouco ortodoxas de Trump podem estar começando a causar impacto no mercado de trabalho, e especialmente preocupantes foram as enormes revisões para baixo de mais de 250 mil empregos em maio e junho", escreveu Christopher Rupkey, economista-chefe da FwdBonds, em nota na sexta-feira.
A taxa de desemprego subiu de 4,1% para 4,2%.
Economistas esperavam que o relatório mostrasse uma desaceleração no crescimento do emprego, já que as contratações na grande maioria dos setores estão fracas há meses.
A alta incerteza em relação às políticas econômicas de Trump — especificamente uma política comercial volátil e a mudança nas tarifas — tem sido apontada como responsável por prejudicar os planos de crescimento dos empregadores.
Economistas previram que 115 mil empregos seriam criados em julho e que o desemprego aumentaria para 4,2%, de acordo com estimativas de consenso da FactSet.
No entanto, eles não esperavam que os últimos três meses fossem tão fracos.
“Este (relatório de empregos) é realmente ruim porque você pode ver o impacto das políticas de comércio e imigração prejudicando a demanda por contratações”, disse Brusuelas.
*Em atualização



