Philips anuncia corte de 5% da força de trabalho nos EUA e na Holanda
Empresa afirmou que os problemas da cadeia de suprimentos foram piores do que o previsto e continuarão a pesar sobre as vendas nos últimos meses de 2022
O novo presidente-executivo da Philips, Roy Jakobs, anunciou nesta segunda-feira (24) cortes de cerca de 4 mil empregos após queda nas vendas da empresa e um recall maciço que reduziu cerca de 70% do valor de mercado da fabricante holandesa de equipamentos médicos no ano passado.
“Já tivemos cinco trimestres de queda nas vendas, queda no lucro e agora… (no terceiro trimestre) também nos tornamos deficitários”, disse Jakobs, que está há apenas uma semana no cargo.
Ele descreveu as demissões, que se concentrarão nos Estados Unidos e na Holanda e afetarão principalmente as linhas de negócios com queda nas vendas, como “infelizes, mas necessárias”.
O presidente da Philips disse que a empresa está vendo a demanda desacelerando rapidamente na China e em menor grau na Europa Ocidental devido à inflação, com a América do Norte “ainda se mantendo forte”.
Os cortes representam pouco mais de 5% da força de trabalho da empresa com base no total de 78 mil funcionários no ano passado.
A Philips disse que espera que a reorganização custe cerca de 300 milhões de euros nos próximos trimestres.
A empresa reportou um prejuízo líquido de 1,3 bilhão de euros no terceiro trimestre devido a uma redução no valor da divisão de produtos voltados a cuidados respiratórios, que fabrica as máquinas que foram alvo do recall.
As vendas comparáveis caíram 6%, para 4,3 bilhões de euros, entre julho e setembro. A Philips afirmou que os problemas da cadeia de suprimentos foram piores do que o previsto e continuarão a pesar sobre as vendas nos últimos meses de 2022.
Jakobs disse que suas principais prioridades são reparar a reputação da empresa, garantindo que o recall seja concluído o mais rápido possível e resolvendo os problemas da cadeia de suprimentos.
A Philips perdeu cerca de 30 bilhões de euros em seu valor de mercado desde que chocou os investidores em junho do ano passado ao fazer o recall de 5,5 milhões de ventiladores usados para tratar apneia do sono, devido a preocupações de que a espuma usada nas máquinas possa se tornar tóxica.
(Por Bart Meijer e Charlotte Van Campenhout)