“Pix certamente ainda não atingiu todo o seu potencial”, afirma presidente do BC
Em evento para comemorar o aniversário de 1 ano do sistema de pagamentos, Roberto Campos Neto citou novas funcionalidades que devem ser lançadas


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Com funcionamento integral a partir de novembro de 2020, o Pix é o serviço de pagamento instantâneo do Banco Central, e em pouco tempo se espalhou entre os brasileiros • Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Dados do Banco Central mostram que, até outubro de 2021, foram cadastradas mais de 348 milhões de chaves no Pix, que permitem identificar os usuários. A maior parte é de chaves aleatórias, com 121 milhões • Unsplash
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Considerando o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central, a quantidade de transações mensais saltou de 33 milhões em novembro de 2020 para 979 milhões em outubro de 2021 • Proxyclick Visitor Management System/Unsplash
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As transações entre pessoas físicas ainda dominam o Pix, representando 75% do total em outubro. Mesmo assim, ela tem perdido um pouco de espaço, com as transações de pessoa física para jurídica crescendo de 5% para 16% • UnSplash
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Dividindo por região, o Sudeste fica com quase 45% das transações que são realizadas no Pix. Ele é seguido pelo Nordeste (24%), Sul (12%), Centro-Oeste (9%) e Norte (9%) • Markus Winkler
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Um elemento essencial para o funcionamento do Pix é a existência de instituições financeiras que integram o sistema, cadastradas pelo Banco Central. Até outubro de 2021, elas eram 762, sendo que 616 são cooperativas de crédito • Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
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O Banco Central tem estudado algumas novidades para o Pix, uma delas é o lançamento do Pix Saque e do Pix Troco, que serão disponibilizados no final de novembro e são voltados para o uso em estabelecimentos comerciais • Unsplash/Christiann Koepke
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Além de dominar as transações, as pessoas físicas também concentram a maioria das contas cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DCIT). São cerca de 217 milhões, contra 9 milhões de pessoas jurídicas • Eduardo Munoz/ Reuters
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Assim como a quantidade de transações, o volume de dinheiro que circula pelo Pix também teve um grande aumento. Em novembro de 2020, o total foi de R$ 25 milhões, enquanto em outubro de 2021, foi de R$ 502 milhões • Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O Brasil não é o único país no mundo que possui um sistema de pagamentos instantâneos. Um estudo da empresa ACI aponta que mais de 40 países possuem sistemas semelhantes, e o Brasil é um dos 10 maiores mercados em número de transações, junto com México, Estados Unidos, Japão, Nigéria, Reino Unido, Tailândia, Coreia do Sul, China e Índia • John McArthur/Unsplash
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Apesar das vantagens, o Pix acabou sendo usado como ferramenta para fraudes e também em roubos e sequetros. Com o objetivo de melhorar o sistema de segurança, o Banco Central estabeleceu algumas mudanças, em especial o limite noturno para transações: das 20h às 6h fica estabelecido um limite de R$ 1.000, a menos que os usuários solicitem um limite maior • Getty Images
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (16) que o Pix, apesar da alta adesão da população ao sistema de pagamentos instantâneos, ainda não atingiu todo o seu potencial, e deve ganhar novas funcionalidades no curto e médio prazo.
“O Pix certamente ainda não atingiu todo o seu potencial”, disse Campos Neto em uma mensagem gravada durante o evento (R)evolução Pix, que comemorou o aniversário de 1 ano da ferramenta. Entre as potencialidades que ainda podem ser melhor aproveitadas, ele citou o uso de QR Code para as transações, que segundo ele depende de uma melhor assimilação da tecnologia pelos usuários.
Campos Neto também citou a disponibilização de novas funcionalidades para o público. O Pix Saque e o Pix Troco, voltados para estabelecimentos comerciais, devem ser lançados em 29 de novembro, e segundo Campos Neto devem “aumentar a eficiência” em processos de compra, em especial no e-commerce.
“Nossas expectativas eram altas, porque estávamos seguros de que as características do Pix vinham ao encontro de muitas lacunas existentes nos instrumentos de pagamento disponíveis até então”, afirmou Campos Neto. Para ele, “a realidade superou as expectativas”, com uma alta adesão entre os brasileiros e um aumento do uso mês após mês.
Campos Neto afirmou ainda que o Brasil é o país com a adoção mais rápida no mundo de um meio de pagamento instantâneo, considerando o número de transações per capita.
Durante o evento, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, disse que o Brasil tem cerca de 30 transações per capita, atrás de apenas dois países. “É difícil estabelecer uma meta quantitativa, mas se o Pix tivesse alcançado a adoção tão rápida quanto a da China já seria um sucesso estrondoso, e nós temos muito mais que o triplo aqui até agora”.
Ele também afirmou que, em outubro de 2021, o Pix registrou 1,2 bilhão de transações, se aproximando do volume das transações via cartão de débito. Em um ano, foram 7 bilhões de transações, com um recorde de 50 milhões em 5 de novembro. Até o momento 104,4 milhões de pessoas já usaram o Pix, correspondendo a 62,4% da população adulta, e 7,9 milhões de empresas já aderiram ao sistema.
“O Pix já supera meios tradicionais, como transferências interbancárias, TED, DOC, ficando atrás apenas de cartão de débito, crédito e convênio de arrecadação”, disse o presidente do Banco Central. Para ele, o Pix trouxe mais praticidade e segurança para a população, reduzindo custos e trazendo oportunidades para empresas.
“Ele faz frente ao contexto de digitalização de negócios, amplia a eficiência do mercado e é um importante vetor para a inclusão financeira”, disse. Ele citou algumas novidades que o Pix já recebeu, como os pagamentos com vencimento, agendamento de transações e melhorias de usabilidade.
O presidente citou, ainda, novos mecanismos de proteção para os usuários, como o bloqueio cautelar e o mecanismo de devolução. As mudanças vieram após uma alta em crimes envolvendo o uso do Pix para realizar transações.
Campos Neto afirmou que novas funcionalidades estão previstas para os próximos anos, incluindo a possibilidade de realizar pagamentos sem conectividade com a internet e, no médio prazo, a interligação com outros sistemas de pagamentos instantâneos, incluindo em outros países. “Continuamos trabalhando firme para avançar e evoluir cada vez mais”, afirmou.