Prejuízo com adulteração de bebidas cresceu R$ 67,6 bilhões em 5 anos
Em 2024, a estimativa de perda foi de R$ 85,2 bilhões, de acordo com dados do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade); adulteração causa onda de casos de intoxicação por metanol
O prejuízo com adulteração de bebidas cresceu R$ 67,6 bilhões entre 2020 e 2025, segundo dados do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade) enviados à CNN Brasil.
Veja o crescimento ao longo dos anos:
- 2020 — R$ 17,6 bi
- 2021 — R$ 17,6 bi
- 2022 — R$ 72,2 bi
- 2023 — R$ 72,2 bi
- 2024 — R$ 85,2 bi
O prejuízo para a atividade econômica do país com o mercado ilegal é significativo.
Considerando todos os tipos de produtos falsificados e a sonegação de impostos, o Brasil perdeu R$ 468,3 bilhões com o mercado ilegal no ano passado. De todo esse prejuízo, R$ 85,2 bilhões foram apenas com a falsificação de bebidas alcoólicas — ou seja, cerca de 18,2% do montante total.
“Quem opera no mercado ilegal obtém altos lucros gerados pela sonegação de impostos, sobretudo em setores de elevada carga tributária, como cigarros e bebidas. Esses ganhos, aliados ao baixo risco e à sensação de impunidade, tornam a atividade ainda mais atrativa para o crime organizado", disse Edson Vismona, presidente do FNCP.
Dentro do mercado ilegal, o lucro gerado com bebidas alcoólicas fica atrás apenas do montante alcançado com vestuário, que soma R$ 87,36 bilhões.
No caso das bebidas, a falsificação também tem impactado a saúde da população. Casos de intoxicação por metanol, álcool solvente usado na adulteração de bebidas, dispararam no Brasil.
Em São Paulo, estado que concentra a maior parte das notificações, oito pessoas foram presas por falsificar bebidas nesta semana — e 30 em todo o ano. Dez estabelecimentos foram interditados.
O número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil subiu para 181, de acordo com informações do Ministério da Saúde em boletim atualizado às 17h do sábado (4). Até o momento, 14 foram confirmados.