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"Prévia do PIB": IBC-Br fecha 1º trimestre com expansão de 1,3%, diz BC

Expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado de março era de avanço de 0,5%

Reuters
Prédio do Banco Central em Brasília
Prédio do Banco Central em Brasília  • Adriano Machado/Reuters
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A atividade econômica brasileira subiu mais do que o esperado em março e fechou o primeiro trimestre com crescimento graças ao impulso da agropecuária, mostraram dados do Banco Central (BC) nesta segunda-feira (19), mesmo em um cenário de política monetária restritiva e expectativa de acomodação da economia.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou em março 0,8%, em dado dessazonalizado, informou o BC.

A leitura do mês ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,5%, e mostrou aceleração em relação à alta de 0,5% registrada em fevereiro, em dado revisado pelo BC de um crescimento de 0,4% informado antes.

Com isso, o índice encerrou o primeiro trimestre com expansão de 1,3% na comparação com os três meses anteriores.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 3,5%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 4,2%, de acordo com números não sazonalizados.

A abertura dos dados do BC mostra que o destaque no primeiro trimestre foi o IBC-Br da agropecuária, com crescimento de 6,1% sobre os três meses anteriores, em dado dessazonalisado. Analistas já esperavam um forte desempenho do setor no primeiro trimestre, com safras recordes.

Na mesma base de comparação, o índice da indústria teve expansão de 1,6%, enquanto o de serviços cresceu 0,7%. O IBC-Br excluindo agropecuária apresentou alta de 1,0%.

"A agricultura e agropecuária avançaram no primeiro trimestre devido à colheita recorde de soja", afirmou Rodolfo Margato, economista da XP.

"Estimamos alta de 1,6% no primeiro trimestre na comparação trimestral, principalmente devido ao salto... no PIB da agricultura e pecuária."

Somente em março, os índices setoriais mostraram expansão de 1,0% da agropecuária, de 2,1% da indústria e de 0,3% de serviços.

Dados do IBGE mostraram que, no mês, a produção industrial cresceu no ritmo mais forte em nove meses, a 1,2%. As vendas no varejo avançaram 0,8%, enquanto o volume de serviços teve alta de 0,3%.

Analistas esperam uma acomodação do crescimento econômico ao longo deste ano, em meio a uma taxa de juros elevada e inflação persistente, o que afeta o consumo.

No entanto, a força do setor agrícola deve ajudar a atividade no início do ano e sustentar o PIB. Pairam ainda as incertezas em torno da política tarifária dos Estados Unidos.

"Vale ressaltar que, apesar de alguns sinais de desaceleração da economia brasileira, em especial no setor de serviços, a atividade econômica ainda mostra resiliência, apoiada em um mercado de trabalho sólido e no elevado consumo das famílias, o que vêm mitigando os efeitos defasados da política monetária contracionista", destacou Rafael Perez, economista da Suno Research, calculando expansão de 1,3% do PIB no primeiro trimestre.

O BC elevou neste mês a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 14,75% ao ano, e deixou em aberto o que fará na reunião de junho.

A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central mostrou que a expectativa do mercado para a expansão do PIB em 2025 é de 2,02%, indo a 1,70% em 2025.

O IBC-Br é construído com base em próximas representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.

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