Primeiro trimestre será volátil para mercado da mineração, aponta analista
CSN, Vale e Usiminas anunciaram, nesta segunda-feira (10), a suspensão temporária das operações em Minas Gerais alegando motivos de segurança por causa das chuvas
As mineradoras CSN, Vale e Usiminas anunciaram nesta segunda-feira (10) suspensão temporária das operações em Minas Gerais, em meio a fortes chuvas na região. Segundo comunicado divulgado a investidores, as empresas alegaram motivo de segurança.
Além disso, no sábado (8), a mina da empresa Vallourec, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve suas atividades suspensas pela Justiça.
Em entrevista à CNN, o analista da Ohmresearch, Gilberto Cardoso, disse que “esse primeiro trimestre vai ser muito volátil” para o mercado da mineração.
“O mercado tem muita liquidez por ‘N’ fatores. Subida de juros nos países desenvolvidos, sobretudo Estados Unidos, os preços voláteis das commodities. Então, qualquer impacto, como o da Vale dizendo que vai parar algumas unidades do Sudeste, impacta diretamente no preço do minério”, comentou.
Ele explica que o primeiro trimestre brasileiro já costuma ser afetado pelo período de chuvas. “Nesse período, as siderúrgicas costumam fazer um pouco de estocagem de minério. Então a estocagem, com um volume menor, dada a parada das operações, tem um impacto maior no preço”, afirmou.
Gilberto Cardoso relembra que a mineração é uma das grandes componentes do PIB mineiro e tem grande importância para a geração de empregos. “O impacto para a economia de Minas Gerais é grande”, pontua.
No entanto, o analista pondera que a recuperação, a partir do momento que as chuvas cessarem, será rápida. Ele explica que a mineração tem uma capacidade de retomada mais ágil do que a siderurgia, por exemplo.
“Na hora que você tiver a produção logística até o porto, e o porto estiver pronto para embarcar em uma taxa de carregamento constante, a retomada é praticamente imediata. Um ou dois dias e as empresas estão praticamente prontas para voltar a operar”, conclui.
Entenda a “BR do Mar”
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A sanção da BR do Mar foi publicada em edição Extra do Diário Oficial da União na sexta-feira (7). A Secretaria-Geral da Presidência publicou nota sobre a sanção e seus benefícios nesta segunda-feira (10). • Divulgação / Porto de Santos
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O programa visa "estimular o uso da cabotagem, aumentar a frota nacional e equilibrar a matriz de transportes brasileira", segundo o governo federal. • Divulgação / Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ)
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Cabotagem é o nome dado para a navegação entre portos ou pontos da mesma costa de um único país. • Divulgação / Prefeitura de Itajaí
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Apesar de sancionar o projeto, Bolsonaro vetou a recriação do Reporto, um benefício que desonera os investimentos em equipamentos e outros gastos em infraestrutura portuária, considerado essencial por trabalhadores e especialistas do setor. • Divulgação / Governo do Estado do RS
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Outro ponto de controvérsia é uma possível redução da competitividade do setor rodoviário, que era utilizado para transportar cargas de um ponto da costa brasileira a outro antes da aprovação da BR do Mar. • Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa)