Produto não recebido, anúncio enganoso: os problemas mais comuns na Black Friday
Procon orienta consumidores registrarem o processo de compras como prova para eventuais problemas


A Black Friday será nesta sexta-feira (26) com consumidores esperando por grandes promoções. Se por um lado há aqueles que conseguem aproveitar bons descontos, por outro tem um grupo que passa por más experiências no evento.
Nas primeiras edições brasileiras, a data chegou a ser apelidada de “Black Fraude”, por conta dos descontos “maquiados” que alguns varejistas promoviam. Além de problemas com os preços, prazo ou descumprimento de entrega também estão na lista de reclamações dos consumidores.
Na edição de 2020, a Black Friday teve 140 mil reclamações, uma alta de 15,5% do registrado na edição anterior, segundo o site Reclame Aqui. O órgão aponta ainda que o principal problema foi o produto não recebido, com mais de 22% das reclamações. Em seguida aparece a propaganda enganosa, com 12,61% das queixas. (Veja a lista completa abaixo)
Já o Procon-SP registrou mais de 1.200 questionamentos – entre consultas e denúncias– por problemas na Black Friday de 2020. De acordo com o órgão, a principal reclamação no ano passado foi a maquiagem nos preços, sendo 174 dos casos.
A maquiagem ocorre quando a empresa promove um aumento do preço uns dias antes da data para depois reduzi-lo, dando a falsa impressão de desconto. A prática também foi classificada pelos consumidores como “tudo pela metade do dobro”.
A pedido do CNN Brasil Business, o Procon-SP listou as principais reclamações dos consumidores na Black Friday de 2020. A saber:
- Maquiagem de preço, com 174 reclamações
- Pedidos cancelados após a compra, 165
- Mudança de preço ao finalizar a compra, 122
- Produto ou serviço indisponível, 121
- Falta de entrega ou atraso, 121
A empresa mais reclamada foi a B2W Companhia Digital (Americanas.com, Submarino, Shoptime, Soubarato e Lojas Americanas) com 89 reclamações. Em seguida aparecem Alpargatas, 75; Via (Casas Bahia, Pontofrio e Extra.com.br), 62; Magazine Luiza, 41; Kabum Comércio Eletrônico, 39 e Mercado Livre, 30.
Já o Reclame Aqui registra a Magazine Luiza como a empresa com mais reclamações, mais de 6 mil, seguida de Americanas e Casas Bahia, com 5.574 e 2.497, respectivamente. O índice geral de solução por parte das empresas cresceu em 77,2% em comparação a 2019.
Principais reclamações no Reclame Aqui
- Produto não recebido: 22,24%
- Propaganda enganosa: 12,61%
- Troca-Devolução de produto: 7,1%
- Produto errado: 5,36%
- Problemas na finalização da compra: 4,93%
- Outros problemas somados: 47,76%
Na categoria de produtos que apresentam mais problemas estão TVs, com 5,05%; Celular, 4,91%; Tênis, 4,89% e Geladeira/Refrigerador, 3,56%, segundo dados do Reclame Aqui.
Como reclamar
Para orientar os consumidores com problemas durante a Black Friday, o Reclame Aqui tem disponibilizado dicas de como se portar em situações adversas no decorrer das compras promocionais. Queixas também podem ser feitas pelo site da instituição.
O Procon-SP, por exemplo, fará plantão de monitoramento e orientação entre as 18h de quinta (25) e as 22h de sexta-feira (26).
As instituições aconselham para quem enfrentar situações como as listadas acima a procurar a própria empresa em busca de uma solução ou reclamar em um órgão de defesa do consumidor.
Provas
De acordo com o Procon e o Reclame Aqui, é importante ter provas em caso de problemas durante as compras. Por exemplo, tirar fotos (ou fazer um ‘print’) da tela do computador com o nome da loja, a data e o horário.
Isso serve como comprovação da irregularidade na hora da reclamação. Quem finalizou o pedido também deve guardar os comprovantes de pagamento e de compra concluída para se prevenir de possíveis falhas das empresas.
Dicas
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A Black Friday está chegando. Confira dicas para não cair em "armadilhas" comuns na data • Pexels/Karolina Grabowska
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Algumas lojas podem subir os preços de determinados produtos antes da Black Friday e depois anunciam o "desconto". Use sites de monitoramento de preços para evitar esse problema • Pexels/Karolina Grabowska
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Antes de fechar a compra veja se o prazo de entrega está dentro do esperado e se o frete estabelecido não acaba com o desconto oferecido pelo produto • Pexels/Max Fischer
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O preço mudou na hora de pagar? Faça captura de telas para exigir que a loja cumpra com a oferta • Unsplash
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Alguns sites são criados especialmente para pegar os consumidores desatentos. Verifique se a loja é confiável e, na dúvida, não compre nem forneça seus dados • Pexels/Ivan Samkov
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Antes de fechar a compra, veja a descrição do produto para ter certeza que é o modelo que quer adquirir. Se comprar pela internet e não gostar, é possível devolver o produto sem custos • Pexels/Ivan Samkov
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Alguns sites podem anunciar ofertas de parceiros. Nesses casos, o consumidor também deve conferir a reputação desse marketplace antes de finalizar a compra • Pexels/Karolina Grabowska
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É comum ver as ofertas e ficar tentado em adquirir diversos produtos. A dica, porém, é fazer uma lista para não comprar por impulso • Pexels/Startup Stock Photos
Recomenda-se fazer uma lista do produto ou serviço que precisa ou deseja e que estipule um limite de gasto, evitando assim gastar mais do que o previsto e prejudicar o orçamento.
Observar o prazo de entrega e informar-se antecipadamente sobre a política de troca da empresa são atitudes que ajudam a evitar problemas.
O valor do frete também é algo que deve ser observado – se o valor for muito alto, o preço promocional pode não valer a pena.
Nas compras feitas em sites, é preciso estar atento se há alteração no preço informado inicialmente (da oferta inicial, passando pela colocação do produto no carrinho até o pagamento).
Antes de qualquer compra online, é importante fazer uma consulta à lista “evite estes sites” do Procon-SP.
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