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    Reajuste do aluguel cresce o triplo da inflação no primeiro semestre

    Índice FipeZap mostra que aluguel residencial em algumas capitais passou de 20% em seis meses

    Elaine Bastda CNN , São Paulo

    Se a vida não está fácil para ninguém, imagina para quem depende de aluguel. Só no primeiro semestre deste ano, o reajuste médio do aluguel no país subiu 9,24% segundo o índice FipeZap de locação de residências. O valor é o triplo da inflação registrada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo), medido pelo IBGE, que de janeiro a junho subiu 2,87%.

    No levantamento foram considerados os preços de locação de anúncios de imóveis em 25 cidades do país. Ou seja, leva em consideração os reajustes dos novos contratos de locação não os dos imóveis já alugados.

    Em algumas cidades do Brasil, os aumentos passaram de 20%. É o caso de Goiânia, que teve o maior aumento (24,03%) e Florianópolis (23,72%). No Rio de Janeiro, quase 13% (12,46%). Em São Paulo, os reajustes ficaram um pouco abaixo da média, em 7,35% assim como Brasília (7,19%), Salvador (6,62%), Porto Alegre (6,30%) e Recife (4,05%).

    Segundo analistas do setor, um dos motivos do aumento do preço do aluguel está relacionado à alta da taxa de juros no país. O aumento da taxa básica fez o custo do crédito imobiliário subir também e isso diminuiu o acesso aos financiamentos. Menos gente comprando imóveis, mais gente morando de aluguel. Com esse aumento da procura por aluguel, o preço da locação também subiu.

    Renegociação

    O aumento no preço dos novos aluguéis não está diretamente relacionado aos reajustes anuais do contrato de locação. Mas, de acordo com analistas, podem ser um argumento para pedir reajustes maiores na renovação. Hoje os aluguéis são reajustados por dois índices de inflação: o IGP-M, medido pela Fundação Getúlio Vargas, ou o IPCA, medido pelo IBGE.

    O IGP-M já foi o indexador usado na maioria dos contratos. Porém, durante a pandemia, com a valorização do dólar e o aumento no preço das commodities – que têm um peso grande na conta do índice – o IGP-M disparou.

    Em maio de 2021 o IGP-M chegou a ter alta de 37% no acumulado de doze meses. Isso levou muitos proprietários e inquilinos para a mesa de negociação e trocar o índice  para o IPCA. Depois desse susto, o IGP-M desacelerou e este ano já está em terreno negativo. Nos últimos 12 meses acumula queda de 6,68%.

    Motivos para desconto no aluguel? Depende do contrato.A maioria deles preveem reajustes apenas quando a variação é positiva e não diz nada sobre variações negativas. Já o IPCA acumula aumento de 3,16% em doze meses e a projeção é que feche perto dos 5%.

    Entre IGP-M e IPCA, qual o melhor índice para balizar os aumentos dos contratos de aluguel? De acordo com especialistas do setor, a queda do IGP-M não é motivo para mudar de índice. Por ter um peso maior de preços no atacado e acompanhar a variação do dólar é um índice com maior instabilidade. E o IPCA reflete melhor o que acontece na vida do consumidor, acompanhando o custo de vida.

    As variações são menores o que evita surpresas ruins como a de 2021.

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