Recuperação desacelera nos EUA com caos da cadeia de suprimentos e variante Delta
País teve crescimento econômico de 2% no terceiro trimestre, abaixo das expectativas de economistas
A recuperação econômica dos Estados Unidos foi afetada por alguns obstáculos encontrados no verão do Hemisfério Norte, que ocorreu durante o inverno no Brasil.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu a uma taxa anualizada de apenas 2% no terceiro trimestre, informou o Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta quinta-feira (28).
A variante Delta do coronavírus, altamente infecciosa, o caos da cadeia global de suprimentos, a escassez de trabalhadores e os preços mais altos pesaram sobre a atividade econômica.
O resultado foi muito mais baixo do que os 2,7% que os economistas haviam previsto. Ele também representa o ritmo de crescimento mais lento desde o início da recuperação econômica, bem como uma queda enorme em relação à taxa de 6,7% na primavera, no segundo trimestre do ano.
Com exceção da desaceleração monumental do primeiro semestre de 2020, quando a economia paralisou em meio a bloqueios, o resultado também foi o pior desempenho trimestral desde o último trimestre de 2020, quando o PIB cresceu a um ritmo de 1,9%.
O resultado foi “mais do que explicado” por uma desaceleração nos gastos do consumidor, de acordo com o BEA. Embora a renda americana tenha aumentado US$ 47,8 bilhões com a alta dos salários, mesmo com a redução dos benefícios do governo, a renda disponível na verdade caiu 0,7%, ou US$ 29,4 bilhões.
A taxa de poupança também caiu para 8,9%, ante 10,5% no segundo trimestre. Em princípio, isso é bom, porque ajuda a economia quando as pessoas gastam em vez de poupar. Mas, durante o verão, os consumidores também gastaram menos.
Os americanos gastaram menos em bens – principalmente carros – e em serviços, com restaurantes e hotéis sentindo isso mais, já que os consumidores ficaram nervosos de estar perto de outras pessoas em meio aos casos crescentes ligados à variante Delta.
O frenesi no mercado de automóveis, entretanto, tem sido uma marca registrada da recuperação: carros novos estavam em falta devido à escassez de chips e peças, então os americanos compraram carros usados como nunca antes, aumentando os preços e abocanhando todos os veículos usados acessíveis. Mas a onda de compras desacelerou no verão e agora isso reflete no PIB.
(Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês).