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    Senadores bolsonaristas acumulam pedidos para isentar floriculturas de impostos na reforma

    Reforma tributária recebeu no Senado mais de 300 emendas; maior parte pede que setores e atividades tenham isenção ou alíquota diferenciada de IVA

    Danilo Moliternoda CNN , São Paulo

    Desde que chegou ao Senado Federal, o texto da reforma tributária recebeu mais de 300 emendas de parlamentares. Parte significativa delas pede que setores e atividades tenham isenção ou alíquota diferenciada de Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

    Ao menos quatro emendas — apresentadas por senadores de oposição — pedem que o setor de flores e plantas ornamentais seja incluído em grupo de atividades e produtos que podem ter 100% de redução de alíquota.

    As emendas foram apresentadas por Jorge Seif (PL-SC), Mecias de Jesus (Republicanos-RR), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Zequinha Marinho (Podemos-PA).

    Os senadores estiveram alinhados ao bolsonarismo nas últimas eleições. Mas Marinho deixou o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste ano e se filiou ao Podemos.

    O Ibraflor, órgão que representa o mercado, registrou encontros com outros bolsonaristas nas últimas semanas. Entre eles Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Pontes (PL-SP) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS) — além dos mencionados anteriormente.

    A senadora petista Augusta Brito (CE) também apresentou emenda para tratamento diferenciado do setor. Outros governistas, como Renan Calheiros (MDB-CE), encontraram o Ibraflor.

    Em sua defesa da mudança, Seif indica que, sem o tratamento diferenciado, o setor terá aumento de carga tributária, o que “impactará negativamente a alta empregabilidade feminina própria desse setor”.

    Segundo dados da Cepea/Esalq/USP, atualmente o setor gera mais de 272 mil empregos diretos, representando 1,17% das vagas geradas pelo agronegócio brasileiro.

    flores floricultura
    Segundo dados da da Cepea/Esalq/USP, atualmente o setor gera mais de 272 mil empregos diretos, representando 1,17% dos empregos gerados pelo agronegócio brasileiro / Sonia Fotograf/Unsplash

    É o setor agropecuário que mais emprega mulheres, correspondendo a mais de 48% da força de trabalho total. Em algumas localidades, esse número chega a 63%.

    Mecias de Jesus aponta em sua emenda a “alta perecibilidade destes produtos”. O senador indica que eles exigem uma rápida comercialização, o que “deixa pouco espaço para erros”.

    “Por isso, não há espaço para o aumento da tributação do nosso produto”, escreve.

    Marinho defende que esse tipo de cultivo ocorre em ambientes protegidos, o que reduz o consumo de água e defensivos agrícolas em relação a outros produtos. Ele indica que a atividade não degrada o meio ambiente, além de ser propulsoras na melhora da qualidade do ar em ambientes fechados.

    “A flor, além de sua beleza singular, também se revela como um poderoso instrumento de desenvolvimento social”, escreve.

    Os senadores ainda compartilham em suas proposições a seguinte argumentação: “Durante a pandemia de covid-19, ficou evidenciada a importância desses produtos para o meio ambiente e o bem-estar emocional das pessoas”.

    Veja também: Alta da gasolina deixa preço do etanol mais vantajoso

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