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Setor de combustíveis vê "ação pioneira" contra sonegação de ICMS em SP

Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo recuperou R$ 210 milhões de distribuidoras consideradas devedores contumazes

Fabrício Julião e João Nakamura, da CNN, em São Paulo
Frentista segura bomba de gasolina e abastece carro
Além de causar prejuízo aos cofres públicos, a sonegação de tributos e outras fraudes operacionais dificultam a competição legal no setor  • Marcello Casal Jr/Agência Brasi
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O setor de combustíveis vê a ação realizada pela Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo), que recuperou R$ 210 milhões de sonegação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) devido por duas distribuidoras, como “pioneira” no combate às ilegalidades. 

Há anos o setor cobra medidas estaduais e federais contra os devedores contumazes. Dados do ICL (Instituto Combustível Legal) mostram que a União e os entes federativos perdem anualmente R$ 29 bilhões por ilegalidades nos combustíveis, sendo R$ 14 bilhões provenientes de fraudes tributárias, como a sonegação.

Para Mozart Filho, diretor-executivo do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), a medida deve servir de exemplo.

Essa ação deve ser vista com bons olhos pelos outros estados, para que eles possam reproduzir nas suas localidades, disse.

A mobilização realizada pelo estado de São Paulo recebeu o apoio de outras entidades, como o próprio Instituto Combustível Legal. Em entrevista à CNN, o presidente do ICL, Emrson Kapaz, disse ser imprescindível o avanço de medidas nesse sentido.

“É fundamental que operações como essa sejam contínuas e ampliadas, pois elas fortalecem a concorrência leal e garantem que os recursos devidos cheguem aos cofres públicos para benefício de toda a sociedade”, destacou. 

Além de causar prejuízo aos cofres públicos, a sonegação de tributos e outras fraudes operacionais dificultam a competição legal no setor. Especialistas destacam que nos combustíveis a concorrência desleal fica mais evidente.

“Os contribuintes regulares acabam tendo que reduzir a sua margem de lucro, na tentativa de competir com os valores praticados pelos contribuintes que sonegam os tributos”, explicou Ilse Andriotti, advogada tributarista do Utumi Advogados.

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