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    Shoppings projetam crescimento de 19% nas vendas para o Dia das Mães

    Levantamento da Associação Brasileira de Shoppings Centers indica que estabelecimentos devem movimentar R$ 4,9 bilhões; se expectativas se confirmarem, setor deve superar números de 2019, ano anterior à pandemia

    Filipe Brasilda CNN* , no Rio de Janeiro

    As vendas para o Dia das Mães nos shoppings do país devem crescer 19% em relação a 2021, segundo aponta uma pesquisa da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

    De acordo com o levantamento, o setor deve superar os níveis do período pré-pandemia, com uma previsão de alta de 12% em relação a 2019, um crescimento real de 2,5%, o primeiro registrado após o início da crise sanitária.

    A pesquisa da Abrasce indica que, entre os dias 1° e 8 de maio, os shoppings devem movimentar cerca de R$ 4,9 bilhões.

    Entre os estabelecimentos ouvidos, 94% têm expectativas positivas para o Dia das Mães e 72% acreditam que as vendas devem superar os resultados de 2019.

    Para Gilberto Braga, economista professor do Ibmec, a projeção de alta tem relação com a volta mais ampla das compras em lojas físicas.

    “Esse vai ser um Dia das Mães integralmente com a possibilidade de compras físicas. Nos últimos dois, nós não tivemos essa possibilidade. Em 2020, as vendas foram fortemente, ou exclusivamente, on-line, porque a sociedade passava por um momento de isolamento social e 2021 ainda era o começo da vacinação, com a maior parte da população economicamente ativa com restrições em termos de mobilidade”, afirma.

    Ainda segundo ele, o desempenho do comércio nessa data pode ser um indicador importante da economia. “A expectativa otimista para o Dia das Mães pode ser um bom sinal de retomada, já que é a segunda data, em termos de vendas, depois do Natal e que vai dar um bom indicador do restante do ano de 2022. Mostrar se nós teremos ou não uma reação um pouco mais forte da economia, apesar da inflação e da taxa de juros muito elevada”, diz Braga.

    Tíquete médio e circulação de visitantes também devem crescer

    Segundo o levantamento, este ano, o tíquete médio de compras nos shoppings deve ser superior a R$ 250, o que representa um aumento de 17,4% em relação ao que foi registrado no Dia das Mães de 2021 (R$ 213). Entre os produtos que devem ter o maior destaque na data comemorativa estão perfumaria e cosméticos (95%), vestuário (81%), joalheria (73%) e calçados (71%).

    Sobre a movimentação de visitantes, 79% dos shoppings acreditam que o número deverá ser igual ou maior do que 2019. Para os que esperam esse aumento de circulação, a alta será de 12%, em média.

    Segundo o presidente da Abrasce, Glauco Humai, o monitoramento dos números de janeiro, fevereiro e março mostram que o nível de vendas vem crescendo, acompanhado pelo número de frequentadores.

    “O último trimestre foi de crescimento constante, de volta de público ao shopping e de circulação de veículos. Então, apesar do cenário macroeconômico e de os indicadores do país também não serem os melhores, a gente tem percebido uma recuperação. Com tudo isso, o setor acredita que o Dia das Mães vai conseguir movimentar a economia”, afirma.

    O levantamento da Abrasce foi realizado entre os dias 19 e 26 de abril de 2022, com objetivo de identificar as expectativas do setor em relação à comercialização, fluxo de visitantes, tíquete médio e outros indicadores para a semana do Dia das Mães.

    Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), afirma que o crescimento das vendas em shoppings sinaliza uma recuperação de um setor bastante afetado pelo isolamento social.

    “O cenário de renda em queda, inflação alta e juros altos não permitiria subida nas vendas, mas quando olhamos para casos específicos, como o dos shoppings, que sofreram mais com as restrições da pandemia, essa alta é compreensível. E, se hoje, a inflação e os juros não fossem tão altos, essa subida poderia ser até maior”, afirma o economista.

    No entanto, de acordo com Bentes, algumas categorias devem ter um resultado melhor do que outras. “No caso dos eletrodomésticos, eletroeletrônicos, deve haver uma queda de pelo menos 9%, porque dependem muito da disponibilidade de crédito. Já o vestuário deve crescer bem forte, cosméticos e perfumarias também. E nesse ponto, esse varejo de lembrancinhas ganha vantagem, porque tem um preço médio menor e fica mais acessível”, afirma Bentes.

    * Sob supervisão de Pauline Almeida

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