Sustentabilidade das contas públicas e meta fiscal são principais dúvidas sobre Brasil em 2024, diz Fitch

Apesar de medidas, ainda não se sabe se arrecadação efetivamente aumentará no ritmo esperado

por Estadão Conteúdo
Notas de Cem reais
Agência de classificação de risco promoveu evento sobre perspectivas para 2024  • José Cruz/Agência Brasil
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A sustentabilidade das contas públicas e a manutenção da meta de resultado primário do Brasil estarão no centro das atenções do mercado em 2024, e um afrouxamento do compromisso do governo com o controle de gastos traria efeitos negativos para a economia do país, afirmou Todd Martinez, codiretor da equipe de ratings soberanos para as Américas da Fitch.

"A dívida do Brasil está crescendo e não há trajetória clara de estabilização", disse ele, durante o evento Perspectivas de Crédito para 2024, promovido pela agência de classificação de risco.

Segundo ele, embora o governo esteja avançando com os planos de aumentar a arrecadação de impostos e equilibrar as contas públicas, aprovando uma série de medidas neste sentido em 2023, ainda não se sabe se a arrecadação efetivamente aumentará no ritmo esperado.

Se houver frustração neste aspecto, o foco deve se deslocar para a fiscal deste ano, de déficit primário zero.

Martinez lembra que se a meta for descumprida o governo terá de reduzir despesas, mas aponta que "há pressão no governo para mexer na meta e evitar cortar gastos", assim como para aproveitar espaços na regra fiscal e reduzir a necessidade de diminuir despesas.

O afrouxamento da meta fiscal, porém, "pode colocar dúvida em relação à trajetória da dívida e pressão nos juros", assim como deixar menos margem para o Brasil lidar com um cenário eventual de crescimento menor nos próximos anos.

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