TCU aponta possível déficit no orçamento da União para 2024

Relatório do Tribunal diz ainda que governo pode ter superestimado receita

Leonardo Ribbeiro, da CNN, Brasília
TCU defende que metodologia usada pelo Executivo para estimar receitas não foi apresentada no PLOA  • Valter Campanato/Agência Brasil
Compartilhar matéria

O relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o orçamento do governo federal para 2024 aponta possível déficit primário de até R$ 55,3 bilhões.

O documento foi analisado e aprovado pelos ministros da Corte, na sessão desta nesta quarta-feira (17).

O déficit primário ocorre quando a arrecadação fica abaixo dos gastos do governo, sem considerar o pagamento de juros da dívida pública.

O levantamento constatou que a Receita Primária Federal Líquida, em 19,2% do Produto Interno Bruto (PIB), é muito acima do que foi observado nos anos recentes, indicando estar superestimada.

Para o Tribunal, “a metodologia utilizada pelo Poder Executivo para estimar cada uma das novas receitas não foi apresentada no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual), remanescendo dúvidas quanto à real capacidade arrecadatória das inovações legislativas”.

Além disso, a sustentabilidade da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), segundo o TCU, aparenta não ser alcançável nos próximos 10 anos.

“Constatou-se que, com as atuais taxas reais de juros acima de 6% a.a., a sustentabilidade da DLSP parece não ser alcançável nos próximos 10 anos caso se tenham receitas primárias líquidas em 18,2% do PIB, mesmo percentual observado em 2022, e despesas primárias crescendo a 70% do crescimento do PIB”, diz o relatório.

O valor estimado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (R$ 12,5 bilhões) em economia de despesas também não é factível, de acordo com o relatório.

Conforme o TCU, as informações do orçamento não consignam de forma expressa a metodologia e os critérios para adoção de medidas administrativas relacionadas à revisão e a novas concessões de benefícios. O que, para o Tribunal, gera incerteza do corte desses gastos.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais