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Trump adia início de tarifas no Brasil e no mundo; mercados reagem

Alíquotas recíprocas reajustadas devem entrar em vigor no dia 7 de agosto; bolsas asiáticas, europeias, norte-americanas e do Brasil fecharam em queda

João Nakamura, da CNN, em São Paulo
Painel eletrônico mostra cotação do Nikkei em Tóquio
Painel eletrônico mostra cotação do Nikkei em Tóquio  • 22/02/2024 - REUTERS/Issei Kato/File Photo
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Após repetir reiteradamente que o dia 1º de agosto seria o prazo final e inadiável para aplicação do tarifaço, o governo dos Estados Unidos jogou para semana que vem a data em que entrarão em vigor tarifas recíprocas reajustadas por Donald Trump.

Em ordem executiva assinada nesta quinta-feira (31), o republicano impôs alíquotas que variam de 10% a 41% a dezenas de países. O decreto pontua que as taxas entram em vigor sete dias após sua publicação, no dia 7 de agosto, próxima quinta-feira.

O Brasil aparece na lista com uma alíquota recíproca de 10%. Na véspera, quarta-feira (30), o republicano confirmou, já considerando esta taxa base, que iria subir em 40 pontos percentuais a tarifa aplicada contra os importados brasileiros, totalizando 50%.

O decreto desta quinta trata de reajustar as tarifas anunciadas pelo republicano em 2 de abril, que ficou conhecido como Dia da Libertação.

Uma semana mais tarde, porém, Trump anunciou uma pausa de 90 dias ao tarifaço para que os EUA pudessem negociar com seus parceiros comerciais.

O período foi marcado por uma escalada de tensão com a China; o vai e vem de tarifas contra o México e Canadá; acordos vagarosos com o Japão e a União Europeia; e ameaças a países que adotassem posturas anti-americanas, segundo Trump.

A princípio, o tarifaço voltaria a vigorar em sua plena magnitude no começo de julho. Naquela época, o republicano começou a sinalizar o andamento de algumas tratativas, novamente adiando a entrada em vigor das alíquotas.

Reação dos mercados globais

Como todo episódio de instabilidade provocado pela guerra comercial de Trump, este também abalou com o movimento dos mercados.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta sexta-feira (1º): Liderando as perdas na Ásia, o índice sul-coreano Kospi sofreu um tombo de 3,88% em Seul, a 3.119,41 pontos, em sua maior queda diária em quatro meses, enquanto o Hang Seng caiu 1,07% em Hong Kong, a 24.507,81 pontos, o Nikkei recuou 0,66% em Tóquio, a 40.799,60 pontos, e o Taiex registrou baixa de 0,46% em Taiwan, a 23.434,38 pontos.

Na Europa, as ações registraram sua maior queda diária em mais de três meses, ao final de uma semana movimentada, com os investidores preocupados com o impacto das tarifas dos EUA, incluindo uma taxa de 39% sobre a Suíça.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em baixa de 1,89%, a 535,79 pontos, e marcou sua maior queda em uma semana desde o início de abril, quando Trump anunciou suas tarifas sobre economias mundiais.

Ao longo do dia, as ações do setor de saúde caíram 1,3% depois que Trump enviou cartas aos líderes de 17 grandes empresas farmacêuticas, incluindo a Novo Nordisk e a Sanofi, descrevendo como eles deveriam reduzir os preços dos medicamentos prescritos nos EUA.

A Novo Nordisk caiu 4,2%, atingindo a mínima de quase três anos, enquanto a Sanofi recuou 1%.

O índice de referência caiu 4,4% em relação ao pico de segunda-feira (28), quando ficou a apenas 1,8% da máxima histórica de março, impactado pela queda recorde das ações da Novo Nordisk após um alerta de lucro e enquanto os investidores avaliavam as implicações do acordo comercial entre EUA e UE.

O DAX, blue chip da Alemanha, caiu 2,66%, a 23.425,97 pontos, enquanto a bolsa de Londres recuou 0,7%, a 9.068,58 pontos.

Em Wall Street, as ações norte-americanas desabaram, com o S&P visando o maior declínio percentual diário em mais de três meses, já as tarifas e um relatório de empregos surpreendentemente fraco estimularam a pressão de venda.

O S&P 500 perdeu 101,38 pontos, ou 1,6%, fechando em 6.238,01 pontos; enquanto o Nasdaq Composite perdeu 472,32 pontos, ou 2,24%, fechando em 20.620,13. O Dow Jones Industrial Average caiu 542,40 pontos, ou 1,23%, fechando em 43.588,58.

Aqui no Brasil, o Ibovespa, principal referência do mercado financeiro, fechou o dia em baixa de 0,48%, aos 132.437,39 pontos, queda de 0,8% na semana.

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